Isolamento social e medo afetaram a saúde mental das pessoas, diz psiquiatra


Progresso

O isolamento social e o medo afetaram a saúde mental das pessoas, principalmente crianças e idosos. A depressão foi a doença mais predominante. A afirmação é da psiquiatra Sandra Regina Passos Stefanello, entrevistada da semana do blogueiro Arthur Calegari, em especial pelo Mês da Mulher.   


Como idosos e crianças reagiram a pandemia da Covid-19?
A pandemia da Covid-19 que começou em março do ano passado acometeu bastante os idosos porque eles passaram a não sair de casa. Eles fizeram total isolamento social e deixaram de receber seus filhos, netos vizinhos e amigos. As crianças sentiram bastante os efeitos da pandemia porque não foram para a escola e passaram a ficar em casa, com a mãe, o pai e os irmãos. Então esse isolamento afetou bastante a saúde mental das crianças. 


A pandemia impactou nos transtornos mentais? De que maneira?
A pandemia gerou medo pelo desconhecimento. Ninguém sabia sobre o vírus. O que nos apresentavam é que o vírus era grave e que poderia ser mortal em algumas pessoas, principalmente nos idosos. Com isso, as pessoas começaram a ficar impactadas pelo medo, como o de perder pessoas que ama, de não trabalhar além do o lockdow, em que muitos fecharam os seus estabelecimentos e quando retornaram muitos perderam o emprego. Esse medo e o isolamento social levaram a um aumento das doenças mentais em cerca de 40%.


Quais as doenças mentais desenvolvidas durante a pandemia?
Em primeiro lugar foi a depressão. Em segundo lugar veio todas as doenças relacionadas a ansiedade, como transtorno de pânico, transtorno de ansiedade generalizada, transtorno psíquico compulsivo, fobia social, entre outros. Destaco o transtorno de estress pós traumático. A pandemia gerou um stress e medo na população. Isso começou a gerar um quadro de ansiedade muito grande. As pessoas assistiam muito a televisão e a mídia destorceu muitos fatos, piorando a pandemia, e com isso as pessoas começaram a fixar que iriam morrer, que iriam perder as pessoas que amam, e que alguma coisa iria dar errado. Os pacientes de risco, como os de diabetes, hipertensão e câncer sofreram bastante. Então o stress pós traumático foi altamente predominante. 


A depressão foi a doença predominante durante a pandemia?
A depressão esteve em primeiro lugar na pandemia. Ela é uma doença grave e sistêmica, ou seja, do sistema nervoso central e causa um processo inflamatório grave. Esse medo potencializava todas as alterações anatômicas. Essa depressão normalmente vem acompanhada de ansiedade e muita insônia. As pessoas não dormiam, choravam bastante e não queriam sair de casa por nada. Começaram a ficar com muito medo de ser contaminado pelo viris e passaram a limpar e lavar as mãos constantemente. A pandemia potencializou os quadros de depressão.     


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