Governo de MS reúne oficiais e estuda mudar escala de praças para evitar ‘bico’ na PM

Anúncio gerou revolta na corporação, sem reposição inflacionária há 7 anos


Midiamax

Foto: PMMS/Divulgação

 de  estuda junto com oficiais da PMMS () alterar a escala de trabalho dos ‘praças’, que são os soldados, cabos e sargentos da corporação, a fim de evitar o ‘bico’, serviço realizado no horário de folga e que serve para complementar a renda. Uma reunião que estaria marcada para o próximo dia 5 de novembro com os tenentes-coronéis vai definir o assunto.

No entanto, nesta semana, oficiais já discutiram a possibilidade no Quartel do Comando Geral, o que revoltou a corporação. Atualmente, os policiais fazem escala de 24 horas trabalhadas por 72 horas de folga, permitindo a realização de trabalhos nesse período de folga.

A corporação estaria discutindo o retorno de das outras duas modalidades: 12 horas trabalhadas por 24 horas de folga e 12 horas trabalhadas por 48 horas de folga, diminuindo o tempo de descanso, que abriria brecha para o policial complementar a renda.

Chicote no mais fraco

Diversos policiais entraram em contato com o Jornal Midiamax reclamando da alteração. “Nós estamos sem reposição inflacionária há sete anos. Nosso poder de compra caiu mais de 40%. Na folga a gente não pode fazer calçada, um serviço de eletricista? Vamos alimentar a família como?”, reclama um deles.

O policial reclamou que nenhum oficial quis ‘comprar briga com o governo do Estado’ para defender o bico dos policiais. “Nenhum comandante fala isso para defender a tropa. O chicote é sempre no mais fraco”.

Outro policial disse que a reclamação da administração pública também envolve a quantidade de viaturas paradas em dia de pouco movimento na cidade. “Quando tiver movimento deixa três viaturas rodando e uma parada. Mas é só fazer uma escala de viatura. Só que a intenção é mudar a escala para a acabar com o bico dos praças”, disse.

Os policiais se revoltaram com a postura dos oficiais que, na ativa, chegam a receber mais de R$ 30 mil, podendo ser ainda maior com a aposentadoria. “Quem trabalha menos ganha mais e vice-versa. Sempre foi assim. Mas em cargo de comando, a gente tem que defender o interesse da tropa”, relata outro policial. O salário médio de um soldado é de R$ 3,8 mil, segundo o Portal da Transparência do . Ou seja, quase dez vezes menos o de um oficial superior.

Jornal Midiamax entrou em contato por e-mail com a assessoria de comunicação da PMMS, mas não obteve resposta sobre as reuniões e a possibilidade do retorno das antigas escalas até o momento da publicação desta matéria. O espaço segue aberto para manifestação.


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