Cuba: Fidel Castro morre aos 90 anos


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Ele foi visto publicamente, pela última vez, em novembro, quando recebeu o presidente do Vietnã / Alex Castro/Reuters

O ex-presidente da Cuba, Fidel Castor, morreu na noite dessa sexta-feira aos 90 anos, na capital Havana. Ele estava com a saúde debilitada desde que uma doença intestinal quase o matou em 2006. 

O corpo do líder cubano será cremado, "atendendo a seus pedidos", informou seu irmão, Raúl Castro. O governo de Cuba decretou nove dias de luto nacional pela morte do ex-presidente, contados a partir deste sábado.

O governo também anunciou que o funeral de Fidel ocorrerá no dia 4 de dezembro, no cemitério Santa efigência, na cidade de Santiago de Cuba. 

A última vez que Fidel foi visto publicamente foi em 15 de novembro, quando recebeu o presidente do Vietnã, Tran Dai Quang.

Fidel Castro, já doente, transferiu a faixa presidencial pela primeira e única vez no dia 31 de julho de 2006.

O irmão Raul, de 75 anos, assumiu em caráter temporário e, em fevereiro de 2008, foi nomeado presidente, definitivamente, pela Assembléia Nacional.

O líder revolucionário cubano construiu um estado comunista à porta dos Estados Unidos. Por cinco décadas desafiou os esforços do país para derrubá-lo.

 

Em vídeo, Raúl Castro confirma a morte do irmão, Fidel Castro; assista

A vida de Fidel

 

O líder nasceu em 13 de agosto de 1926, na província cubana de Oriente, filho de um usineiro de açúcar. Estudou em escolas católicas de Santiago de Cuba e no colégio de Havana, dirigido por jesuítas. Formou-se em Direito pela Universidade de Havana, onde se iniciou nas atividades políticas da região.

Participou da tentativa frustrada de derrubar o ditador dominicano Rafael Leónidas Trujillo. Tomou parte, na capital colombiana, do motim popular de 1948, que ficou conhecido pelo nome de Bogotazo. 

Fidel foi candidato a deputado, pelo Partido do Povo Cubano, na eleição programada para 52, frustrada pelo golpe militar encabeçado por Fulgêncio Batista.

No ano seguinte, tentou tomar o quartel de Moncada, em Santiago, com a ajuda de alguns colegas.

Fidel e o irmão Raúl foram condenados à prisão. Anistiados em 55, os dois se dirigiram para o México, onde organizaram com o argentino Ernesto Che Guevara o Movimento 26 de Julho.

A bordo de um iate, Fidel e seus companheiros desembarcaram em Cuba em dezembro de 56 e iniciaram as guerrilhas contra Batista.

O presidente foi deposto em 31 de dezembro de 58 e fugiu.

Fidel assumiu a direção do país e instituiu a pena de morte para os defensores do antigo regime e os adversários do novo.

Iniciou uma política de expropriações e prisões, e promoveu as reformas agrária e urbana, o que provocou o êxodo de parte da população para Miami.

Enfrentou os Estados Unidos, que patrocinaram uma invasão de Cuba por exilados, em 61, e depois do episódio proclamou-se comunista.

Em 62, a União Soviética instalou mísseis nucleares em Cuba e o mundo esteve perto de uma guerra.

Os soviéticos aceitaram retirar as armas em troca da promessa americana de não tentar uma nova invasão. 

Fidel ajudou os movimentos revolucionários da América Latina e os governos marxistas de Angola e da Etiópia, na África.

O regime dependeu economicamente da União Soviética até o fim do socialismo naquele país.

As dificuldades econômicas foram agravadas pelo bloqueio comercial patrocinado pelos Estados Unidos, um adversário eterno do "comandante". 

O presidente costumava afirmar que o mundo não sabia o que acontecia em Cuba por causa do domínio americano sobre os meios de comunicação.

Em 2011 ganhou o Prêmio 'Olivo da Paz' - do Conselho Mundial da Paz - pela coexistência pacífica entre as nações e por ser uma personalidade que contribuiu para o desarmamento.


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