Retorno do IPI ainda não reflete em produtos da linha branca em Dourados


Dourados News

Consumidores devem ter mais uma ou duas semanas de isenção do IPI sobre produtos da linha branca (Foto: Thalyta Andrade)

 O retorno do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), anunciado pelo governo e que começa a valer a partir de hoje (1) não deve ser percebido em Dourados, ao menos por enquanto. Em filiais de grandes redes varejistas visitadas pela reportagem do Dourados News pela manhã, a chamada linha branca segue com o mesmo preço reduzido para os consumidores.

Segundo o gerente de uma loja que pertence a uma rede com pelo menos 80 empresas espalhadas no país, Ilson Noia, quem for atrás de produtos como máquinas de lavar roupa, tanquinho, fogões e geladeiras, deve encontrar valores igual pelo menos até a semana que vem.

“Ainda não teremos o impacto em cima do valor praticado pelo menos até o fim da semana que vem. Então ainda dá tempo do consumidor aproveitar”, disse Ilson, que informou ainda que as vendas no período de vigência do IPI reduzido aumentaram cerca de 10%.

Na loja dele, a dona de casa Jaqueline Ferreira Sedlacek, 29, escolhia um fogão. Para ela, que optou por pagar a vista, o preço está muito bom ainda. “Pesquisei em várias lojas antes de escolher, e a diferença de uma para outra não foi muita. Acho que o preço no geral está muito bom, e ainda bem que conseguimos fazer a compra sem a cobrança do IPI em cima”, disse Jaqueline.

 
Linha de lavadoras de roupa, por exemplo, terá o retorno de 10% da cobrança do IPI (Foto: Thalyta Andrade)

Em outra loja visitada pelo Dourados News, que pertence à uma rede com pelo menos 200 lojas, o gerente Clayton Tinoco também diz que com a redução do IPI as vendas aumentaram. Na loja dele, o total subiu cerca de 30%, com maior saída de lavadoras de roupa.

“Foi realmente bom para as lojas, e também para os clientes. E apesar do IPI retornar hoje, o consumidor vai conseguir comprar sem a cobrança deste imposto por pelo menos dez dias ainda”, explicou Tinoco.

Ainda escolhendo a melhor opção, a auxiliar de cozinha Thaís Taina Pires, 18, não se decidiu sobre o tanquinho que precisa. Para ela, ainda dá para pesquisar um pouco, já que os preços não devem subir pelo menos por enquanto.

“Eu estou vendo em várias lojas e ainda não me decidi. Mas o preço está bom no geral, o que faz a diferença é a pesquisa por isso estou olhando tudo antes de finalizar a compra”, disse Thaís.

Como funciona o aumento

Conforme informação publicada no portal Agência Brasil, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou que as alíquotas reduzidas, que vencerão no fim de junho, serão parcialmente aumentadas.

Também será revogado, em parte, o imposto reduzido para laminados, luminárias, painéis de madeira e papéis de parede. De acordo com o ministro, a remoção gradual das desonerações ajudará a manter o equilíbrio fiscal. O governo estima que vá arrecadar R$ 118 milhões a mais entre julho e setembro por causa da medida.

A partir deste mês, o IPI sobe de 2% para 3% no caso dos fogões, de 7,5% para 8,5% para geladeiras, de 3,5% para 4,5% para tanquinhos. Para móveis, painéis de madeira e laminados, a alíquota passa de 2,5% para 3%. Para as luminárias, o imposto aumenta de 7,5% para 10%. O IPI para papéis de parede subirá de 10% para 15%. Para máquinas de lavar, o imposto está definitivamente mantido em 10% desde o ano passado.

Mantega disse ainda que pediu aos empresários que não repassassem o imposto maior para os preços. “Conversei com o setor, e os empresários me informaram que procurarão absorver o aumento de tarifas de modo que o preço não se eleve. O setor fará um esforço para não venha prejudicar vendas, nem aumentar a inflação”, declarou à Agência Brasil.

Gerentes dizem que valores só devem impactar no preço daqui há duas semanas (Foto: Thalyta Andrade)

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