Safrinha de milho deve chegar a 6,9 milhões de toneladas


Dourados Agora

A safrinha do milho em Mato Grosso do Sul começou com atraso, queda nos preços e projeção de aumento na produtividade. Este ano, é esperado que o Estado colha 6,9 milhões de toneladas, superando os 6,1 milhões registrados no ano passado, um aumento de 13% na produção estadual.

O valor pago na saca de 60 quilos começou com queda. Nos primeiros dias do mês, o preço pago era de R$ 20. Com 9% da área colhida, o valor baixou para R$ 18,50. Comparado com o mesmo mês do ano passado, a desvalorização chega a 10%. Os preços atuais estão seguindo a mesma dinâmica do observado no mesmo período do ano passado com preços muito similares em todo o Estado.

A maiores desvalorizações foram registradas nos municípios de Chapadão do Sul e Dourados, 7,89% e 7,50%, respectivamente. O município de Maracaju não apresentou qualquer variação no período analisado. Mesmo com a queda, Dourados também registrou o preço máximo no Estado.

Segundo o empresário e agrônomo, Sérgio Miranda, as quedas nos valores sempre são registradas no início da colheita.

“Com o passar dos dias o preço deve se estabilizar. Acredito que o valor deva ficar entre R$ 19 e R$ 20 este ano. A média também deve cair um pouco por hectare, mas não pode se colocar com prejuízo”, explicou Sérgio.

Um problema que tem ganhado destaque em Mato Grosso do Sul é a falta de pontos para a armazenagem e as filas. Alguns armazéns, ainda possuem soja no estoque. O produtor rural, Diniz Antônio de Moura, da região de Vila Vargas, informou que já enfrentou fila no quarto dia de entrega do grão. Segundo ele, que descarrega parte da produção em Dourados, o tempo para descarregar o caminhão está em média de 12h.

“Com a estiagem nos últimos dias e com todos os produtores começando a colher as filas estão se tornando enormes, gerando atraso na colheita, já que ficamos esperando para descarregar o produto. Enquanto estamos parados, as máquinas no campo trabalham a todo vapor, mas acabam ficando paradas por não ter caminhões na roça ”, informou o agricultor.

Com um clima propício, a média na produção deve ficar em torno de 95 sacas por hectare. De acordo com Sérgio Miranda, fatores como adubação, chuva, variedade na espécie e outros investimentos podem aumentar esses números este ano. O agricultor na região de Macaúba, Silvio Dalla Vecchia, informou que as primeiras áreas já alcançaram as 100 sacas por hectare e que a tendência é aumentar a produção em outras áreas.

“Colhemos uma área onde sofreu um pouco com a falta de chuvas, mas que deu tempo para recuperar. Nas próximas áreas estamos esperando uma produtividade maior, que possa chegar as 120 sacas por hectare”, ressaltou o produtor rural. A estimativa de junho da safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas prevê uma produção de 185,7 milhões de toneladas para este ano. Caso se confirme a previsão, a produção de 2013 será 14,7% maior do que a registrada em 2012 (161,9 milhões de toneladas).


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