Clima desfavorável faz Argentina 'quebrar' safra e Brasil deve exportar mais soja e óleo em 2023

Como grande exportador de grãos, Buenos Aires cortou sua estimativa para a safra de milho da Argentina em 2022/2023, para 44,5 toneladas.



Colheita de soja. Foto: Arquivo

Castigada pela seca, a Argentina teve quebras produtivas e com isso Brasil deve exportar mais , farelo e óleo em 2023. Desde o início do ano, a situação dramática e excepcional vem sendo divulgada, arrasando com a agricultura e pecuária.

Como grande exportador de grãos, Buenos Aires cortou sua estimativa para a safra de da Argentina em 2022/2023, para 44,5 toneladas. A divulgação ocorreu há 3 dias, contradizendo a previsão de setembro do ano passado, quando a bolsa havia previsto 50 milhões de toneladas de milho neste ciclo.

Maior volume de esmagamento

No entanto, no início do mês, a previsão é que poderia encolher para até 37,8 milhões de toneladas, sendo este o "pior cenário". Já no caso do Brasil, além do aumento das exportações, também há maior volume de esmagamento, aumentando os estoques do ano anterior. 

No caso do Brasil, a estimativa é de 94 milhões de toneladas em 2023. No ano anterior, o número indicado era de 78,7 milhões, contabilizando 19% de aumento entre uma safra e outra. No caso de esmagamento de soja, o número aponta 53 milhões de toneladas este ano, sendo 50,07 milhões de toneladas no ano passado, contabilizando acréscimo de 6%.

Pior área do mundo

Há menos de um mês, foi divulgado um estudo em que Argentina, Uruguai e Rio Grande do Sul apareceram como a pior área do mundo sob risco de seca, conforme mapa da NOAA (National Oceanic and Atmospheric Administration), que monitora todo o planeta.

Ao Midiamax o agrônomo Fernando Klein ressaltou que o efeito não tem tanta influência na demanda que o Estado tem, mas pode ter impactos nos preços dos grãos. "Em tese, havendo menos produtos no mercado, aquilo que não está disponível recebe um pouco mais, então, quem tem produção agora aqui acaba conseguindo um preço um pouco melhor", explicou ele na ocasião.

Produtos podem ficar mais caros?

Apesar do cenário visto nas regiões atingidas pela seca, os preços dos produtos não tiveram alterações, conforme o economista do Sindicato Rural de Campo Grande, Staney Melo. Apesar disso, o economista diz que a associação acompanha "com muita tristeza a situação da seca na região Sul do país".

"Ainda não conseguimos observar variações significativas de preço, mas o Brasil colocará no mercado algo como 27 milhões de toneladas de soja a mais do que na última safra, e o mercado pode precificar para baixo os preços como ocorre sazonalmente no período pós-colheita", explicou.

 


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