Entenda por que devemos usar máscara mesmo após ser vacinados ou já tendo Covid-19

Especialistas defendem que pessoas imunizadas podem contrair e propagar o vírus



No mês passado, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) declarou que o Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, fará um parecer para desobrigar o uso de máscaras para pessoas vacinadas ou já contaminadas pela Covid-19, contudo, médicos e especialistas ouvidos pelo Correio do Estado reforçam que não é hora de flexibilizar o uso deste Equipamento de Proteção Individual (EPI) no país.  

O infectologista André Barbosa aponta que, por mais que a vacinação seja uma medida de proteção coletiva, individualmente, ela não protege 100% contra a infecção e transmissão do coronavírus, com isso, pessoas vacinadas podem, sim, contrair a doença e transmitir o vírus.

“A máscara é a medida mais eficaz após o isolamento, enquanto houver alta circulação viral, temos que continuar usando, sendo um elemento importante que tem evidências comprovadas de redução do risco de transmissão e de se contaminar. Ainda temos elevados números de casos, o que indica a presença da força de infecção no Estado", alegou. 

Barbosa reitera que a máscara é essencial não apenas para proteger do vírus, mas também para proteger todos ao seu redor, impedindo que partículas contaminadas atinjam outras pessoas, objetos e mais. 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que o uso de máscara é essencial no controle da pandemia, especialmente em cenários como o do Brasil. Com uma cobertura vacinal baixa, o país possui mais de 484 mil mortos pela doença.  

A infectologista Mariana Croda reitera que mesmo aquelas pessoas que já pegaram a Covid-19 e até quem já se vacinou ainda precisam continuar utilizando máscara. 

“Mesmo as pessoas que já pegaram a Covid-19 e até quem já se vacinou ainda se faz necessário, ainda não temos uma porcentagem de vacinação que impeça esse ciclo de transmissão, e com as variantes já tivemos vários casos de reinfecção. Mesmo com os números de vacinados e infectados, não existe a possibilidade de abandonar o uso de máscara", apontou ao Correio do Estado

Últimas Notícias

Até esta terça-feira (15), Mato Grosso do Sul já confirmou 7.517 óbitos e 314.445 casos em decorrência da doença desde o início da pandemia, sendo 915 confirmações e 40 mortes registradas nas últimas 24 horas.

Para Croda, o desuso de máscara em vacinados só poderá ser liberado quando se atingir o patamar de menos de 10 casos de Covid-19 por 100 mil habitantes. 

“Estamos atualmente com 30 casos por 100 mil habitantes”, alertou.

Diferenças entre as máscaras

  • Máscara de pano 

Usadas desde o início da pandemia, as máscaras servem para isolar o sistema respiratório do usuário do ambiente externo, o que ajuda a combater doenças infecciosas. A OMS recomenda que as máscaras de pano tenham pelo menos três camadas para garantir boa filtragem. Essas máscaras têm a vantagem de poderem ser lavadas e reutilizadas.

  • Máscara do tipo N95 E PFF2

Os equipamentos do tipo N95 e PFF2 se diferenciam das máscaras de pano por apresentarem melhor filtragem e vedação (eles não têm “buracos” que deixam o ar entrar entre o rosto e a máscara). Diferentemente das de pano, essas máscaras são descartáveis, mas podem ser reutilizadas após alguns dias de uso, e são consideradas mais seguras.

Vacinação em Mato Grosso do Sul 

Com o avanço na vacinação em grupos prioritários e com comorbidades, Mato Grosso do Sul aplica doses contra a Covid-19 por faixa etária. No Estado, de 1.404.303 doses já foram aplicadas desde o início da campanha de imunização. 

Ao todo, na Capital, 465.278 pessoas já receberam pelo menos uma dose dos três imunobiológicos aplicados em MS e 134.991 moradores foram imunizados com a segunda dose (D2).

No Estado, a campanha de imunização começou no dia 18 de janeiro, com o objetivo de diminuir o número de casos, mortes e internações, além de conter a pandemia. 


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