Campo Grande e mais sete municípios já sinalizaram o interesse em aderir a um consórcio público para a compra de vacinas contra a Covid-19. A lista foi divulgada ontem pela Federação Nacional de Prefeitos (FNP). Além da Capital, Ribas do Rio Pardo, Figueirão, Rochedo, Vicentina, Selvíria, Três Lagoas e Paranaíba também estão na lista.
Segundo a federação, a iniciativa foi lançada na segunda-feira em uma reunião com cerca de 300 prefeitos, e as demais administrações municipais podem assinar o termo de intenção do consórcio até amanhã.
A previsão é de que a associação seja efetivamente instalada até o dia 22 de março. Deve ser ainda elaborado um modelo de projeto de lei para ser enviado às câmaras municipais para que as cidades participem das compras.
A ideia é que as prefeituras possam comprar as vacinas caso o Plano Nacional de Imunização (PNI), coordenado pelo Ministério da Saúde, não seja capaz de suprir toda a demanda.
“O consórcio não é para comprar imediatamente, mas para termos segurança jurídica no caso de o PNI não dar conta de suprir toda a população. Nesse caso, os prefeitos já teriam alternativa para isso”, explicou o presidente da FNP, Jonas Donizette, durante a reunião de lançamento da iniciativa.
Estão sendo avaliadas formas de financiar a aquisição dos imunizantes. Há três possibilidades principais: recursos do governo federal, financiamento por organismos internacionais e doações de investidores privados brasileiros.
Mais vacinas
Na manhã de ontem, Mato Grosso do Sul ainda recebeu mais 27.800 doses da vacina Coronavac, do Instituto Butantan. Com a sexta remessa, o Estado contabiliza 251,5 mil doses de imunizantes contra a Covid-19 recebidas.
Segundo o secretário de Estado de Saúde (SES), Geraldo Resende, as doses foram distribuídas a partir das 13h em Campo Grande e saem às 5h de hoje para os demais municípios do Estado.
“Esse consórcio é uma tentativa de nos resguardarmos caso haja atraso ou falta de doses, mas o Ministério da Saúde sinalizou que pode ter uma entrega regular das vacinas nesse mês de março e é isso que a gente espera”, disse.
Além da nova remessa, o Estado conseguiu também, nesta quarta-feira, o remanejamento de mais 13.848 doses que estavam nos polos de destinação para a população indígena.
Resende explicou ainda que as mais de 13 mil doses da vacina Coronavac serão destinadas para imunizar idosos a partir de 75 anos, de acordo com a normativa do PNI.
“Nós já avisamos os municípios e pedimos para aqueles que estão perto dos polos que se dirijam ao local e retirem as doses, o que já está autorizado pelo Distrito Sanitário Especial Indígena [Dsei]”, concluiu.
Retrospectiva
A primeira remessa foi entregue a Mato Grosso do Sul no dia 18 de janeiro, com 158.760 doses da Coronavac. Destas, 23.932 foram destinadas apenas para Campo Grande.
A segunda remessa foi no dia 24 do mesmo mês, quando 22 mil doses da vacina de Oxford chegaram ao Estado, 9.340 para a Capital.
A terceira remessa, com 10.200 doses da Coronavac, chegou no dia seguinte. Do total, Campo Grande recebeu 3.600 doses do imunizante chinês.
A quarta remessa chegou no dia 7 de fevereiro, foram 32 mil doses encaminhadas aos municípios para aplicação da primeira dose e da segunda dose em pessoas com mais de 80 anos que receberam a vacina Coronavac.
A quinta remessa trouxe 35.700 doses para o Estado, em 24 de fevereiro. Na ocasião, foram recebidas 22.500 doses da vacina AstraZeneca/Oxford vindas da Índia e outras 13.200 doses da Coronavac.
Boletim
Segundo o boletim epidemiológico da Secretaria Estadual de Saúde (SES) divulgado ontem, Mato Grosso do Sul registrou 24 mortes e 1.012 casos no período de 24 horas, entre terça e quarta-feira.
Até agora, o Estado contabiliza 184.117 confirmações de Covid-19, 3.374 mortes e 171.355 recuperados. A média móvel de casos é de 838,1, e a de mortes de 18,3. A taxa de contágio está em 0,97, e a de letalidade continua em 1,8.
Três Lagoas, que está na lista de municípios interessados no consórcio, também registrou mais 71 casos de ontem para hoje.
Na última semana de fevereiro, o Programa de Saúde e Segurança na Economia (Prosseguir) divulgou que Campo Grande e Três Lagoas haviam voltado para a faixa vermelha, com alto risco de contágio pela doença.