'Se fosse eu, meu rosto estaria estampado e não teria direito a fiança', diz a mãe do menino Miguel



A empregada Mirtes Otávio Santana da Silva, mãe do menino de cinco anos que morreu por negligência de sua patroa, a primeira-dama de Tamandaré, Sari Corte Real, pede justiça. "Se fosse eu, meu rosto estaria estampado, como já vi vários casos na televisão. Meu nome estaria estampado e meu rosto estaria em todas as mídias. Mas o dela não pode estar na mídia", criticou

Mãe do menino Miguel Otávio Santana da Silva, de 5 anos, Mirtes Renata Souza fez um desabafo por causa da morta da criança, que caiu do 9º andar de um edifício de luxo no Recife (PE) após a mãe descer para passear com o cachorro dos patrões e deixar o menino aos cuidados da patroa. Mirtes afirmou que era empregada doméstica do prefeito de Tamandaré, Sérgio Hacker, e da mulher dele, Sari Corte Real. O município fica no Litoral Sul de Pernambuco.

"Se fosse eu, meu rosto estaria estampado, como já vi vários casos na televisão. Meu nome estaria estampado e meu rosto estaria em todas as mídias. Mas o dela não pode estar na mídia, não pode ser divulgado", disse Mirtes à Globo

 

Precisou a dona Mirtes Renata Souza, mãe do Miguel, ir à tv para todos saberem oficialmente que a patroa protegida pela Polícia Civil de Pernambuco é Sarí Gaspar Côrte Real, esposa do prefeito de Tamandaré: "Se fosse o contrário, eu nem teria direito a fiança".

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A empregadora foi autuada por homicídio culposo. A Polícia Civil não divulgou o nome dela, que foi presa em flagrante, mas pagou R$ 20 mil de fiança e responderá em liberdade. 

De acordo com o delegado Ramon Teixeira, responsável pelo caso, câmeras do circuito interno de segurança do condomínio mostraram o momento em que a mulher permitiu que Miguel entrasse sozinho no elevador. Nas imagens, era possível ver que ela fala com o menino, mas o deixa lá.

O apartamento dos patrões ficava no 5º andar. As investigações apontaram que Miguel ficou no elevador sozinho e desceu no 9º andar. Depois escalou uma grade na área dos aparelhos de ar-condicionado, que fica na ala comum do andar, fora do apartamento, e caiu.

"Ela confiava os filhos dela a mim e a minha mãe. No momento em que confiei meu filho a ela, infelizmente ela não teve paciência para cuidar, para tirar [do elevador]. Eu sei, eu não nego para ninguém: meu filho era uma criança um pouco teimosa, queria ser dono de si e tudo mais. Mas assim, é criança. Era criança", disse a mãe.


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