Mandetta e Ministério da Saúde alertam para perfil ‘fake’ em meio à crise e rumores sobre demissão

Conta que teria sido criada no fim de semana estaria espalhando informações que aumentam a tensão entre o ministro da Saúde e o presidente Jair Bolsonaro


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Postagem divulgada por ministro ocorreu antes de rumores sobre demissão começarem a circular. (Foto: Divulgação)

Em meio à tensão vivenciada com o presidente Jair Bolsonaro, que publicamente vem contrapondo seus argumentos e já teria decidido o demitir, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, foi às redes sociais nesta segunda-feira (6) protestar contra um perfil falso montado com seu nome no Twitter, no qual se insinua o acirramento de ânimos no Palácio do Planalto.

“É lamentável que, num momento tão sensível para o Brasil e o mundo, pessoas inescrupulosas tenham esse comportamento. Da união de todos, emergirá a solução para os desafios que estamos atravessando”, postou Mandetta, em sua conta verdadeira, ao replicar um tweet do Ministério da Saúde alertando sobre a conta falsa. As manifestações ocorreram antes de notícias sobre a demissão do titular da Saúde serem replicadas.

Na postagem que mereceu atenção do ministro, o perfil falso cita uma fala que tenta atribuir a Mandetta. “Apesar das insinuações do presidente, eu sigo firme e forte na luta por um Brasil melhor, com transparência e competência, diferente daqueles que pouco fazem e muito falam”, destaca a mensagem falsa, que ainda replica link de reportagem do jornal O Estado de S. Paulo sobre nova insinuação de Bolsonaro que demitiria seu ministro da Saúde.

O Twitter oficial do Ministério da Saúde já havia alertado sobre a existência de um perfil falso, criado no fim de semana, que vinha “publicando mensagens e opiniões que não condizem com as do ministro. O perfil falso foi denunciado”, alerta a pasta que, ainda, pede que, antes de a informação ser compartilhada, que se confirme a fonte de informação.

Conforme a imprensa nacional, Bolsonaro vem colidindo com Mandetta por conta de sua avaliação sobre como o país deveria agir contra o novo coronavírus: enquanto o presidente prega a reabertura do comércio e a adoção do chamado isolamento vertical (focado apenas nos grupos de risco e que foi abandonado por outros países diante do aumento no número de casos entre os jovens), o ministro se baseia em orientações da Organização Mundial de Saúde e defende o confinamento horizontal de toda a população, a fim de evitar aumento no contágio.

Na imprensa nacional, há notícias sobre a possível substituição de Mandetta por Osmar Terra, demitido por Bolsonaro do Ministério da Cidadania. O atual ministro da Saúde tem dito que não pedirá demissão, e já teria condicionado a Bolsonaro seu desligamento da pasta.

Uma reunião do gabinete ministerial foi convocada para as 16h desta segunda-feira, horário em que tradicionalmente são realizados os boletins sobre o coronavírus no país, na presença de Mandetta e do general Braga Neto, chefe da Casa Civil de Bolsonaro. A expectativa, conforme já divulgado pelo jornal O Globo e a Revista Veja, é de que Mandetta seja desligado do governo nesta tarde.


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