Receita caseira de álcool em gel pode causar intoxicações e queimaduras

Com falta de estoques no comércio, população usa métodos alternativos


Correio do Estado

Com o avanço do coronavírus no mundo e recentemente no Brasil, especialistas recomendam o uso do álcool em gel e máscara para evitar o contágio e transmissão do vírus. O covid-19 chegou à Mato Grosso do Sul, que tem teve dois casos confirmados na semana passada, mas a falta de máscara e álcool em gel já é sentida nas farmácias e supermercados. 

Com isso começaram a surgir em redes sociais como Youtube, Facebook e What’sApp receitas caseiras para a confecção de álcool em gel, que prometem proteger contra o coronavírus. Porém, conforme a doutora em síntese orgânica, Geisa Helmold Aspesi, estas receitas podem causar queimaduras e infecções graves. 

“Essa receita é perigosa pois se a pessoa que for fazer não tomar cuidado pode se queimar e não há garantias de que essa mistura pode realmente proteger contra o vírus”, disse ao Correio do Estado

Os ingredientes geralmente são os mesmos: gel de cabelo, álcool, gelatina e água. Algumas receitas recomendam o uso de álcool com alta concentração etílica, como o 70%, 90% ou 96%, que só são adquiridos em casas de produtos químicos.

 
 

 “Temos que tomar muito cuidado pois as pessoas vão acabar comprando o álcool do supermercado e usando para fazer essa receita. O álcool do supermercado é chamado de álcool desidratado pois é misturado com substâncias tóxicas, como metanol, que é cancerígeno, e piridina, uma substância que causa impotência masculina, justamente para não ser usado como bebida”, explicou ela.

“O álcool de supermercado é tóxico e por isso deve ser usado apenas para limpeza. O contato contínuo com a pele pode causar intoxicações graves”, finalizou. 

PREÇOS ABUSIVOS 

De acordo com os gerentes dos estabelecimentos comerciais ouvidos pela Superintendência para Orientação e Defesa (Procon) de Campo Grande, alguns consumidores estão comprando os produtos em grandes quantidades para estocá-los. Somente em uma farmácia pesquisada pela equipe, foram vendidas mais de 1,2 mil unidades de álcool em gel em três dias, no começo deste mês. 

 
 

Outro ponto observado foram os preços do álcool em gel, que apresentavam variação de R$ 4,60 à R$ 26,40.

Por conta disso, a Prefeitura de Campo Grande cassará o alvará de funcionamento de estabelecimentos que aumentarem, de forma injustificada, o preço de produtos de combate ao novo coronavírus. A determinação foi publicada nesta segunda-feira (16), no Diário Oficial de Campo Grande (Dioagrande), por meio de decreto.

 

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