Veja passo a passo da operação que matou o líder do Estado Islâmico

Militares americanos encontraram Abu Bakr al-Baghdadi na província de Idlib, na Síria



O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou a morte do líder do grupo terrorista Estado Islâmico (EI), Abu Bakr al-Baghdadi, em um pronunciamento neste domingo (27) na Casa Branca.

Segundo Trump, Baghdadi estava sendo monitorado há semanas e, durante uma operação na Síria, realizada nesta semana na província de Idlib, na fronteira com a Turquia, o extremista foi perseguido em um túnel.

O líder do Estado Islâmico Abu Bakr al-Baghdadi em imagem retirada de um vídeo Reuters.

 Os Estados Unidos começaram a receber informações sobre o paradeiro de Baghdadi há um mês —os curdos colaboraram, segundo Trump. Com base nesse dados, oficiais americanos conseguiram determinar a localização exata do terrorista há duas semanas; o presidente ficou sabendo do ataque há três dias. Como o plano incluía um sobrevoo no espaço aéreo da Rússia, do Iraque e da Turquia, Trump teve que conseguir a permissão desses países, segundo Robert O'Brien, consultor de segurança nacional, e o próprio presidente. Ainda de acordo com Trump, a Casa Branca não informou a esses países a natureza da operação, mas disse aos russos que eles "gostariam" dela. 

No sábado, Trump voltou à Casa Brancas às 16h30 (no horário local) após jogar golfe na Virgínia, segundo sua agenda oficial. Por volta das 17h, ele se reuniu na Sala de Emergência da Casa Branca com o vice-presidente, Mike Pence, o secretário de Defesa, Mark Esper, o consultor de segurança nacional Roberto O'Brien e outros oficiais. Eles assistiram ao ataque "como se fosse um filme", disse Trump.

Militares que participaram da ação partiram, em oito helicópteros, de uma base não identificada no Oriente Médio, de acordo com o presidente. Eles faziam parte da Delta Force, unidade especializada em contraterrorismo, uma autoridade afirmou à Reuters. A operação teve o apoio de navios e aeronaves, segundo Trump

Ao chegar ao complexo que abrigava Baghdadi, as equipes foram alvo de tiros, mas conseguiram aterrissar em segurança. Os militares entraram por um buraco aberto na parede
As equipes rapidamente tomaram conta do local. As pessoas que estavam no local se "renderam ou foram mortas", afirmou o presidente. Onze crianças foram tiradas de lá sem ferimentos e entregues a cuidados. Os militares, então, capturaram diversos membros do Estado Islâmico.

Baghdadi fugiu para um túnel do complexo, levando três de seus filhos. O terrorista não quis se render, disse Esper à rede CNN. Eles estavam sendo perseguido por cachorros e, ao chegar a um local sem saída, Bagdadi —"choramingando", segundo Trump— explodiu seu colete-bomba. O impacto matou o terrorista, as crianças e causou o desabamento do túnel. Nenhum militar se feriu, mas um dos cachorros se machucou gravemente.

Os soldados vasculharam o complexo e encontraram "material altamente sensível", incluindo dados sobre a origem do Estado Islâmico e seus planos futuros. A ação toda durou cerca de duas horas.

O sepultamento do corpo de Baghdadi deve seguir o mesmo protocolo usado com Osama Bin Laden, morto em 2011, segundo Robert O'Brien. O corpo do líder da Al Qaeda foi lançado no mar, após autoridades americanas consultarem especialistas no islã


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