Tereza Cristina discute criação de conselho para analisar demarcações de terras indígenas

Conselho interministerial deve ser criado por meio de decreto do presidente


Por Midiamax

Ministra da Agricultura Tereza Cristina. (Foto: Guilherme Martimon/FPA)

A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Tereza Cristina, se reuniu com os ministros Augusto Heleno (Segurança Insitucional), Ricardo Salles (Meio Ambiente) e Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos) para discutir a criação de um conselho interministerial que vai analisar demarcação fundiária em caso de terra indígena.

O encontro ocorreu na tarde de terça-feira (8) e definiu que o conselho deve ser instituído através de decreto do presidente Jair Bolsonaro (PSL), conforme informações da Agência Brasil. A medida faz parte da revisão da política de demarcações de terras indígenas promovidas pelo Governo Federal.

De acordo com a Fundação Nacional do Índio, atualmente existem 462 terras indígenas regularizadas em todo o país.

Essas áreas totalizam mais de 1 milhão de quilômetros quadrados (maior que a área do estado de Mato Grosso) e equivalem a de 12,2% do território nacional. Pouco mais de 50% das áreas estão localizadas na Amazônia Legal (54%).

Em Mato Grosso do Sul, são atualmente 140 propriedades rurais ocupadas por indígenas, conforme levantamento atualizado da Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul).

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) defende que o governo adote novos critérios para a demarcação de terras indígenas. Há relatos de que as atuais normas geram insegurança jurídica por causa do marco temporal de reconhecimento de terras como remanescentes de indígenas e das condicionantes estabelecidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em 2009, no julgamento da demarcação da terra indígena Raposa Serra do Sol, ao noroeste de Roraima.

Conforme o Artigo 21º da Medida Provisória 870/2019, de 1º de janeiro, sobre a organização básica dos órgãos da Presidência da República e dos ministérios, compete ao Mapa “reforma agrária, regularização fundiária de áreas rurais, Amazônia Legal, terras indígenas e quilombolas”.

Para o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), ligado à Igreja Católica, o ideal é manter a demarcação de terras indígenas da Funai, sem transferência da atribuição para o Ministério da Agricultura, preservando o Artigo 6º da Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), subscrito pelo Brasil.


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