O ministro Nefi Cordeiro, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), mandou soltar nesta segunda-feira (12) o empresário Joesley Batista, da J&F, e os ex-executivos do grupo Ricardo Saud, Demilton Castro e Florisvaldo Oliveira.
Eles foram presos na sexta-feira (9), na Operação Capitu, deflagrada pela Polícia Federal. No despacho que autorizou a prisão, a desembargadora Mônica Sifuentes, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), disse que os executivos da J&F ocultaram "fatos relevantes" nas delações premiadas.
A Capitu, desdobramento da Lava Jato, investiga suspeita de que a JBS, do grupo J&F, pagou propona para políticos do MDB em troca de medidas a seu favor no Ministério da Agricultura em 2014 e 2015. Ao todo, 16 pessoas foram presas na operação.
Ao conceder a liberdade aos executivos, o ministro Cordeiro atendeu pedido da defesa de Joesley para estender a eles os efeitos de uma decisão que, no domingo (11), já havia soltado o ex-secretário de Defesa Agropecuária Rodrigo Figueiredo, também preso na operação.
Na decisão, Cordeiro disse que os fatos atribuídos aos delatores são antigos e não justificariam as prisões.
"Realmente, se tendo entendido na decisão paradigma que não seriam contemporâneos os riscos arguidos e não sendo admissível prender por falta de colaboração do acusado, também em face dos requerentes incide igual ilegalidade na prisão", escreveu o ministro.
Ele também considerou que a investigação não está sob risco e que, por isso, as prisões seriam ilegais nesta fase das investigações.
No mesmo despacho, o ministro mandou soltar outros dois investigados, suspeitos de participação no suposto esquema do Ministério da Agricultura, mas não ligados à J&F: Walter Santana Arantes, sócio dos supermercados BH e EPA; e o advogado Odo Adão Filho.