Azambuja pedirá a Bolsonaro mais segurança na fronteira

Governador chama a atenção para a necessidade de um efetivo envolvimento da União


Por Correio do Estado

A fronteira Brasil/Bolívia é a principal porta de entrada do tráfico de cocaína - Foto: Arquivo / Correio do Estado

Um dia após garantir a reeleição, o governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB), voltou a afirmar que a segurança nas regiões de fronteira depende de auxílio do governo federal. As fronteiras com a Bolívia e Paragua, pelo Mato Grosso do Sul, são as principais portas de entrada da cocaína e maconha consumidas nos grandes centros brasileiros, especialmente o Rio de Janeiro e São Paulo, e passagem para o tráfico ao exterior. Por essas áreas também passam o contrabando e o tráfico de armas que alimentam o crime organizado nos morros cariocas.

O governador garantiu que já entregou um programa de segurança ao presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), solicitando  o devido apoio, e disse que os dois devem discutir o assunto em reunião já na semana que vem. “Eu tenho um programa que entreguei para a Dilma e entreguei para o Temer. Nós já mandamos para o Bolsonaro, o Onyx (Lorenzoni) ligou para a gente ter uma reunião na semana que vem e discutir um pouco segurança de fronteira. Nessa discussão eu vou levar para o presidente Bolsonaro qual a nossa opinião. Já que ele sinalizou a parceria”, afirmou o governador reeleito, em entrevista exclusiva ao Correio do Estado.

Conforme Azambuja, o objetivo principal do governo é unificar a inteligência da segurança de fronteira, para que haja uma integração entre as forças . “O que eu acho? Acho interessante unificar a inteligência de fronteira, forças de tropas federais, não tem jeito, não vamos conseguir fazer segurança de fronteira sem força federal. Com quem? Com Exército, Polícia Federal, Polícia Rodoviária, não sei, com Guarda Nacional. Agora, eles (Governo Federal) precisam fortalecer. Terminar o Sisfron (Sistema Integrado de Monitoramento da Fronteira) ajuda muito, porque ele era um sistema integrado de vigilância de fronteira, então é muito importante. Acho que essa pauta é prioritária para o Estado”, explicou.

Neste mês, Bolsonaro elogiou a atuação do Departamento de Operações de Fronteira (DOF), afirmando que planeja basear a atuação policial de fronteira no trabalho do órgão. A declaração foi feita em vídeo em que o candidato apresentava algumas de suas propostas. O DOF foi criado há 31 anos, em Mato Grosso do Sul, para combater crimes do narcotráfico nas divisas com o Paraguai e a Bolívia. Mais de 450 toneladas de drogas foram retiradas de circulação em três décadas de trabalho.

Para o chefe do Executivo estadual, não há dúvidas de que as polícias do Estado, por meio de suas equipes especializadas, estão preparadas para combater os crimes nas fronteiras, mas não podem assumir tais responsabilidades sozinhas, como tem sido. “Eu acho que, se ele [Jair Bolsonaro] estiver disposto a fazer uma integração, pode ser fortalecido o DOF e a forças federais, mais Polícia Federal na fronteira, mais Polícia Rodoviária. O que tem que ser visto? Qual a pauta do presidente. Se ele elogiou o DOF, o DOF pode ser um caminho”, considera.

SCANNERS

Dentro do plano de trabalho de governo de Reinaldo Azambuja, ainda no primeiro mandato, estava a adoção de scanners móveis como providências urgentes para um reforço no policiamento na faixa de fronteira, que até hoje segue escancarada ao tráfico de drogas e armas, bem como à passagem fácil de contrabando e de veículos roubados.

Para a reportagem, o governador garantiu que os aparelhos já começaram a ser instalados e serão os olhos da fiscalização na vistoria das grandes cargas usadas para acobertar, por exemplo, carregamentos de cocaína procedentes da Bolívia. “Agora, Corumbá já vai ter uma instalação, todas as cargas vão passar por scanner. São dois caminhões móveis que vão rodar, para gente fazer a fiscalização de carga a carga, então isso já ajudará muito”, disse Azambuja, sem mencionar data específica para início das operações dos aparelhos.


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