Defesa diz que Polaco se apresenta à PF nesta segunda-feira, em Brasília

Único alvo da Operação Vostok que continua foragido, Polaco pode fazer delação


Por Correio do Estado

A defesa de José Ricardo Guitti Guimaro, o "Polaco", informou que ele deve se apresentar à Polícia Federal no fim da tarde desta segunda-feira (17), em Brasília.

Único alvo da Operação Vostok que continua foragido, Polaco já havia concordado em fazer delação premiada sobre os denúncias investigadas pela Polícia Federal, envolvendo o governador Reinaldo Azambuja (PSDB), que vieram a tona na última quarta-feira (12).

No entanto, ameaçado de morte, ele recuou da decisão e ainda acusou de coação o promotor responsável pelo caso, Marcos Alex Vera, da 30º Promotoria de Justiça.

De acordo com assessoria de imprensa do advogado José Roberto Rodrigues Rosa, equipe da força-tarefa responsável pelas investigações, que está em Campo Grande, retorna hoje para Brasília, por isso a apresentação do suspeito deve ocorrer só amanhã.

DELAÇÃO

Documentos aos quais o Correio do Estado teve acesso demonstram que no dia 20 de abril deste ano, Polaco encaminhou ao Ministério Público Estadual, Federal e à Superintendência da Polícia Federal uma ‘proposta de colaboração premiada’.

No documento, o corretor de gado alegava que tinha ciência das investigações que apontavam que ele seria operador de valores “em nome de autoridade que detém função pública relevante e de comando no Estado”, e que a ideia da colaboração surgia “no sentido de auxiliar os representantes do Ministério Público a identificarem os valores decorrentes de lavagem de dinheiro e outros crimes”.

Polaco afirmava ainda que tinha notas fiscais, bem como cheques e bilhetes manuscritos que indicariam com segurança a participação do chefe do executivo, Reinaldo Azambuja (PSDB), e pelo menos um dos filhos dele, num esquema de corrupção e lavagem de dinheiro, e assegurava que estava se dispondo a delatar os ex-aliados de forma voluntária.

RECUO 

Ocorre que , quatro meses após a apresentação proposta, já no dia 26 de julho, Polaco voltou atrás. Apresentou um segundo documento, desta vez endereçado ao Procurador Geral de Justiça de Mato Grosso do Sul (PGJ-MS) e ao Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), acusando o promotor Marcos Alex Vera de coági-lo a entregar o esquema. 

“Diante das insistência do promotor de que eu (José Ricardo) estaria envolvido, e que a única maneira de me ver livre da cadeia e de outros infórtunios que seguramente viriam, aconselhou-me a delatar outras pessoas. Com a  evidente finalidade de me pressionar, chegou a me fornecer cópia de parte de procedimento, por eLe conduzido, onde, segundo o promotor, teria apurado ou estaria em curso, suspostas ordem de tirar minha vida através de pistoleiros contratados”, relatou o corretor.

No documento, Polaco revela ainda que de fato assinou documento se colocando a disposição para delação, no entanto, “o documento teve que ser enviado para Brasília/ DF, pois a autoridade que deveria responder sobre a suposta proposta de colaboração deveria ser a Procuradoria da República”, que até então, não havia dado nenhuma resposta.

“Não aceitei iniciar a colaboração sem que fossem oferecidas as benesses da lei. Este fato não foi bem visto pelo promotor de justiça Marcos Alex. Desde então minha vida tem sido sofrimento e de medo. Tenho recebido inúmeras ligações no sentido de que minha vida corre risco, pois pessoas querem em eliminar. Não sei se esta notícia é verdadeira ou algo inventado, mas isso passou a ocorrer depois que me neguei a dar um depoimento antes da resposta de Brasília”, declarou Palaco.


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