Fumo: o mal começa pela boca

No Dia Nacional de Combate ao Fumo, comemorado em 29 de agosto, cirurgiã dentista especialista em patologia bucal alerta para os sinais e riscos do câncer


Por: NM/PCS

O mal de fumar pode ter suas primeiras consequências em um órgão do corpo humano que é bastante visível a todos: a boca! É a boca a porta de entrada para as toxinas e nela também manifestam-se sintomas, dos mais simples aos mais complexos, que podem indicar doenças graves como o câncer de boca. Tanto em um caso como no outro, a orientação dos cirurgiões dentistas é para que o paciente abandone o vício o quanto antes.

“Os principais prejuízos do cigarro começam, principalmente, porque ele resseca a boca”, explica a Dra. Milene Alves, dentista cooperada da Uniodonto Goiânia, especialista em patologia bucal. Segundo ela, a diminuição da quantidade de saliva propicia o aumento de micro-organismos - como bactérias e fungos - que desencadeiam gengivites, por exemplo.

“O paciente que fuma por um longo período tem uma tendência a ter problemas gengivais. Além disso, o uso constante do cigarro prejudica o paladar e a nicotina gruda nos dentes deixando-os manchados, o que exige uma limpeza constante”, completa.

Outro agravante é que as gengivites e periodontites podem provocar a perda dos dentes, antes mesmo do desenvolvimento de uma doença mais séria, como o câncer de boca, por exemplo. "Se uma pessoa fuma durante 20 anos, as gengivites e periodontites que ela adquiriu durante todo esse tempo podem ser irreversíveis."

Prevenção

"A recomendação é procurar o dentista o quanto antes sempre que houver alguma lesão de boca”, alerta Dra. Milene. Uma análise atenta e diária pode ajudar a identificar manchas brancas ou avermelhadas (parecidas com uma afta) ou dor no dente ao mastigar, que podem ser sinais do câncer de boca. "Uma característica muito marcante do câncer de boca, e de outros tumores também, é a ausência de sintomas. Ou seja, ele não dói."

E ela ainda completa: "A boca é uma região de fácil observação. Em frente ao espelho, procure olhar os lábios, a língua e o assoalho da boca (embaixo da língua), que são as regiões que mais são acometidas pelo câncer de boca".

Algumas atitudes podem ajudar a prevenir o câncer de boca:

Diminuir o cigarro e a bebida, que são fatores de risco;

Evitar o sol, no caso do câncer de lábio;

Procurar fazer limpeza bucal pelo menos uma vez ao ano no dentista, pois é ele que vai identificar primeiro e fazer o diagnóstico precoce das lesões que podem levar ao câncer

Tratamento

Os homens são mais acometidos pelo câncer de boca que as mulheres. “A cada cinco pacientes com câncer de boca, quatro são homens e um é mulher. Isso porque o homem ainda fuma e bebe mais que a mulher, o que o leva a uma tendência maior a ter o câncer de boca", afirma a Dra. Milene.

Além disso, recentemente é identificado outro perfil de público bastante acometido por esta doença. “Temos visto muitos casos de pacientes jovens, que não fumam e não bebem. Este é um perfil bem diferente do que era comum há algum tempo, mas que desenvolvem a doença causada pelo vírus HPV, que pode ser combatido por meio da vacinação”, comenta.

O tratamento para o câncer de boca é cirúrgico associado a radioterapia e/ou quimioterapia, realizados pelo médico especialista. "O grande problema do câncer de boca é que ele é muito agressivo. Então, quando uma lesão pequena começa a aumentar de tamanho muito rápido é importante que se busque o profissional para que seja feito o prognóstico o quanto antes", finaliza a dentista.


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