'Não muda nada', dizem lideranças sobre candidatura de André


Por Adriano Moretto, do Dourados News

Foto: Divulgação

A prisão do ex-governador e pré-candidato ao governo do Estado, André Puccinelli, “não mudará em nada” os planos do MDB para a corrida eleitoral desse ano, segundo lideranças emedebistas que se pronunciaram na tarde desta sexta-feira (20/7) na sede do partido, em Campo Grande, horas depois do fato. 

André, seu filho André Puccinelli Júnior e o advogado João Paulo Calves, acabaram levados à Superintendência da Polícia Federal pela manhã por cumprimento de mandado de prisão preventiva expedido pela Justiça Federal. 

As ações ocorrem dentro da 5ª fase da Operação Lama Asfáltica, denominada Papiros de Lama, desencadeada em novembro do ano passado. Na ocasião, os três também foram presos.

No entender do senador Waldemir Moka, que se pronunciou primeiro, a decisão judicial soa ‘estranho’, pelo fato das proximidades com o período eleitoral. A convenção que conduzirá o nome de Puccinelli a disputa pelo governo está agendada para o dia 4 de agosto e o parlamentar usa a outra prisão do ex-chefe do Executivo estadual, ocorrida em novembro do ano passado, para embasar o seu posicionamento.

“O que nos estranha é que, na vez passada [14 de novembro de 2017, quatro dias antes de André Puccinelli declarar a sua pré-candidatura e assumir a presidência estadual do partido], quando tomaria posse do partido, veio a primeira prisão, e agora essa. Queremos crer que isso seja resolvido naturalmente. Não vai mudar nada em relação a sua candidatura e a convenção”, disse o senador à imprensa. 

Posteriormente, o presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, deputado estadual Júnior Mochi, disse que a defesa de André já entrará com o pedido de liberdade ao ex-governador. 

“Andei conversando com os advogados e esse fato faz parte do mesmo inquérito que está em fase de investigação. As medidas jurídicas serão tomadas e posteriormente apreciadas pelo TRF-3. Acredito que até segunda-feira e no mais tardar terça, eles devem rever essa decisão concedida em caráter liminar”, relatou.

O deputado também afirmou que o partido não tem ‘plano B’ para a candidatura ao governo. 

“Não temos plano B, o nosso plano é o A, de André. Sua pré-candidatura e a convenção que o lançará candidato estão mantidos. Também aproveito para esclarecer que falou-se em meu nome para a disputa ao governo, mas isso não acontecerá, já temos o pré-candidato”, afirmou.

Prisão

A Polícia Federal disse que a prisão de André Puccinelli (MDB) se baseou em novas provas dentro da 5ª fase da Operação Lama Asfáltica, denominada Papiros de Lama, desencadeada em novembro do ano passado.

Os mandados foram expedidos na quarta-feira (18/7) pela 3ª Vara Federal de Campo Grande e cumpridos hoje. 

As ações ocorreram a pedido do Ministério Público Federal.

No processo, conforme a PF, foram juntadas novas provas constantes em relatórios elaborados pela Polícia Federal, Controladoria Geral da União e Receita Federal, tais como de movimentações bancárias da empresa Instituto Ícone do Direito relativas ao dinheiro proveniente da JBS. 

O relato se deu após análises de materiais apreendidos no Instituto durante a Papiros de Lama, deflagrada em 14 de novembro de 2017. 

A primeira prisão de Puccinelli ocorreu no dia 14 de novembro do ano passado, quando ele, o filho e João Paulo Calves foram presos preventivamente, durante a 5ª fase da Operação Lama Asfáltica, a Papiros de Lama, após delação premiada do pecuarista Ivanildo Miranda ao MPF. 

O empresário, segundo a delação, afirma ter repassado dinheiro a André a título de propina da empresa JBS, dos irmãos Joesley e Wesley Batista. 


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