Falta de ração em granjas por conta de interdições resulta até em canibalismo

Cerca de 25 mil porcos também deixaram de embarcar para os frigoríficos e a associação estima um prejuízo de R$ 30 milhões à categoria.


Por Campo Grande News

Mato Grosso do Sul possui cerca de 300 mil animais na fase de engorda, que estão deixando de ganhar cerca de um quilo por dia. (Foto: Arquivo)

A entrega de ração nas fazendas de criação de porcos para abate, paralisada desde o início das interdições de caminhoneiros em rodovias no Estado, tem resultado em mortes e até canibalismo entre os animais.

Além da perda de peso, os suínos estariam mordendo, uns aos outros, principalmente no rabo e orelhas, para suprir a falta de alimento. Cerca de 25 mil porcos também deixaram de embarcar para os frigoríficos e a Asumas (Associação Sul-matogrossense dos Suinocultores) já estima um prejuízo de R$ 30 milhões à categoria.

A situação foi tema de reunião com o presidente da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), Jaime Verruck.
Uma das reivindicações da associação, durante o encontro, foi a solicitação de escolta aos caminhões que trazem ração e outro insumos às fazendas.

“Nossas granjas já não possuem ração e a região de Dourados é uma das mais impactadas. As granjas que ainda conseguem acesso à comida pra os animais, estão disponibilizando apenas milho triturado. Isso é insuficiente”, comentou o presidente da Asumas, Celso Philippi Júnior.

Os pontos de paralisação que impedem os abates de suínos na região de Dourados, segundo a Asumas, estão em Fátima do Sul, Dourados (quatro pontos), Itaporã e Laguna Carapã. “Buscaremos reforços para escoltar caminhoneiros, pelo menos nas áreas estratégicas, que dão acesso aos frigoríficos e granjas, diminuindo o impacto da situação, que reforçamos, é bastante grave”, comentou Verruck.

Ainda de acordo com a Asumas, Mato Grosso do Sul possui cerca de 300 mil animais na fase de engorda, que estão deixando de ganhar cerca de um quilo por dia. O prejuízo é de 300 toneladas de suínos diariamente.

Também participaram da reunião representantes da Famasul, das indústrias, suinocultores de Dourados e região, e da Associação de Avicultores de MS (Avimasul), categoria que sofre a mesma situação. Cerca de 2,3 milhões de aves deixaram de embarcar para os frigoríficos até esta terça-feira (29).


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