Caminhoneiros que interditaram parcialmente rodovias em Mato Grosso do Sul em protesto ao aumento do diesel já se preparam para liberar as vias, conforme o Sindicam-MS (Sindicato dos Caminhoneiros de Mato Grosso do Sul). Todavia, a entidade garante que a categoria retomará os bloqueios na manhã desta terça-feira (21).
“Houve uma conscientização muito grande dos colegas que não sabiam da nossa reivindicação e temos uma estimativa de que quase a totalidade dos caminhoneiros que estavam em Mato Grosso do Sul paralisaram suas viagens. Devido ao horário, em função do bom senso e pela segurança dos viajantes, vamos interromper os bloqueios, que serão retomados amanhã cedo”, afirma Roberto Sinai, do Sindicam-MS.
A intenção do sindicato é que os 19 mil caminhoneiros associados façam adesão total aos protestos e paralisem suas atividades. “Continuaremos amanhã com a abordagem dos caminhões que estiverem circulando, tanto nas rodovias estaduais como nas federais”, completa.
Interdições
De acordo com a PRF (Polícia Rodoviária Federal), sete pontos de rodovias federais que cruzam Mato Grosso do Sul sofreram interdições parciais e totais – a maioria, na BR-163, que teve cinco trechos bloqueados, nos quais apenas veículos de passeio, motos e ônibus foram liberados para passar. Devido a isso, o congestionamento foi de cerca de 1 km em cada trecho, o que é considerado relativamente pequeno.
Além das rodovias federais, a PMR (Polícia Militar Rodoviária) também apontou bloqueios em dois pontos de rodovias estaduais. A recomendação é que condutores adiem viagens, devido a eventuais riscos decorrentes dos bloqueios.
Em Campo Grande, o trecho interditado é na BR-163, na altura do km 478 (próximo ao posto Caravaggio), com interdição parcial – o mesmo trecho deverá ser novamente bloqueado na terça-feira.
Movimento nacional
Articulados pela ABCam (Associação Brasileira de Caminhoneiros), viajantes de todo o país paralisaram atividades nesta segunda-feira (21), em protesto pelos aumentos considerados abusivos do diesel nas refinarias, afetando o valor final do combustível e encarecendo o valor dos fretes Brasil a fora.
Para a associação, caminhoneiros autônomos e pequenas transportadoras são prejudicadas diretamente pela nova política da Petrobrás de correção quase diária de preços dos combustíveis, já que dificultaria a previsão de custos por parte do transportador. A majoração de tributos como PIS/Cofins também contribuem para alta do preço do frete.
Na última semana, a ABCam protocolou ofício no governo questionando os sucessivos aumentos do diesel, que teriam gerado aumento de custos de transporte, já que representaria 42% do preço final. A entidade também revela, com base em dados da ANP (Agência Nacional de Petróleo), que 43% do preço do diesel na refinaria é decorrente de tributos como ICMS, PIS, Cofins e Cide.