Maior caso de exploração sexual infantil do ES completa 45 anos


Por eshoje

Foto: Reprodução / Web

Nesta sexta-feira (18), um dos maiores casos de abuso e exploração sexual infantil, registrado no Espírito Santo, completa 45 anos. O caso Araceli Cabrera ganhou as páginas dos principais jornais do Brasil e do mundo. Por este motivo, a data se tornou um símbolo no Estado da luta contra o abuso e a exploração infantil no estado do Espírito Santo. A partir de 2000, 18 de maio foi instituído o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.

Aos oito anos, a menina saiu de casa, no bairro de Fátima, na Serra, e seguiu para a Escola São Pedro, na Praia do Suá, em Vitória. Saiu da escola mais cedo, com autorização da mãe, e deveria voltar para casa, mas, segundo uma testemunha, não entrou no coletivo e ficou brincando com um gato em um bar entre o cruzamento das avenidas Ferreira Coelho e César Hilal.

Seis dias após o desaparecimento, seu corpo foi deixado desfigurado e em avançado estado de decomposição, em uma região de mata na capital capixaba. Araceli foi raptada, drogada, estuprada e morta.

Durante as investigações, provas e depoimentos misturaram fatos com boatos. Diante dos fatos apresentados, a Justiça chegou a três principais suspeitos: Dante de Barros Michelini (o Dantinho), Dante de Brito Michelini (pai de Dantinho) e Paulo Constanteen Helal. Todos os suspeitos são membros de tradicionais e influentes famílias do Espírito Santo.

Durante o julgamento, ocorrido em 1980, Paulo Helal e Dantinho negaram conhecer Araceli, ou qualquer outro membro da família Cabrera Crespo. O juiz sentenciou Paulo Helal e Dantinho a cumprir 18 anos de reclusão e o pagamento de uma multa. Dante Michelini foi condenado a 5 anos de reclusão.

Os acusados recorreram da decisão e o caso voltou a ser investigado. O Tribunal de Justiça do Espírito Santo anulou a sentença, e o processo passou para outro juiz, que demorou cinco anos para estudar o processo. Por fim, ele escreveu uma sentença de mais de 700 páginas que absolvia os acusados por falta de provas.


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