Investigados na Fazendas de Lama apresentam-se na PF

Operação foi deflagrada em 2016 e envolvidos já estiveram presos


Por Correio do Estado

João Amorim e Elza Araújo chegaram juntos na Superintendência da PF, em Campo Grande - Foto: Rafael Ribeiro/Correio do Estado

Os seis investigados na Operação Fazendas de Lama já se apresentaram na Superintendência da Polícia Federal, em Campo Grande, na tarde desta terça-feira (8). Decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) determinou a prisão do ex-deputado e ex-secretário estadual Edson Giroto; da esposa dele, Rachel Giroto; do empreiteiro João Alberto Krampe Amorim dos Santos; de Mariane Mariano; de Ana Paula Amorim, filha de João Amorim; e de Elza Cristina Araújo.

Também apresentaram-se Flavio Schrocchio e Wilson Roberto Mariano, que também estão entre os investigados. Nenhuma das pessoas que se apresentaram deram declaração à imprensa. Eles prestaram depoimento e foram para o Instituto de Medicina e Odontologia Legal (Imol), onde passaram por exame. Depois, os homens serão encaminhados para o Centro de Triagem, no complexo da Penitenciária da Máxima. As mulheres ficarão em prisão domiciliar, mas sem tornozeleira eletrônica.

O novo pedido de prisão veio da Procuradora-Geral da República, Raquel Dodge, por meio de uma “reclamação”, alegando que a decisão do Tribunal Regional Federal 3ª Região (TRF3), que mandou soltar os envolvidos, contradizia o pedido anterior, feito por ela.

Em março, quando todos foram detidos pela última vez, as mulheres ficaram em prisão domiciliar, enquanto os homens foram para o Centro de Triagem, no Complexo Penitenciário da Capital. Dez dias depois, a Justiça acatou o pedido de habeas corpus das defesas e soltou os envolvidos.

A segunda fase da Operação Lama Asfáltica, chamada Fazendas de Lama e deflagrada em 2016, teve como foco o crime de lavagem de dinheiro, pois investigados teriam ocultado patrimônio decorrente de fraudes em licitações.

O grupo fraudava certames, pagava às empreiteiras - uma delas a Proteco, de João Amorim - por serviços não executados ou feitos com qualidade inferior ao contratado. O dinheiro arrecadado com os crimes era usado para compra de fazendas e imóveis urbanos em nome de familiares e pessoas de confiança dos envolvidos.

IMPÉRIO MILIONÁRIO

Segundo investigação da Polícia Federal, João Amorim, que é dono de empreiteira e apontado como um dos principais operadores do esquema de pagamento de propina e fraudes em contratos no âmbito da Operação Lama Asfáltica, adquiriu ao longo de anos 15 propriedades rurais e urbanas que têm valor superior a R$ 65 milhões.

Os bens foram registrados em nome de familiares e por isso a investigação respingou em uma das filhas dele, Ana Paula Amorim, que voltou a ser presa nesta terça-feira (8).


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