Funcionários dos Correios em MS paralisam atividades na segunda

Alvo do protesto são mudanças no plano de saúde de 108 mil pessoas


Por Correio do Estado

Mato Grosso do Sul totaliza 1.400 trabalhadores na ECT - Foto: Bruno Henrique / Correio do Estado

Cerca de 1.400 funcionários da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), em Mato Grosso do Sul, estão previstos para aderir a paralisação nacional que será realizada na segunda-feira (12), a partir da 0h de domingo.

O protesto tem como alvo as mudanças no plano de saúde de trabalhadores e dependentes, prejudicando assim direitos adquiridos e firmados em acordos coletivos.

Na avaliação da presidente do Sindicato dos Trabalhadores nos Correios, Telégrafos e Similares (Sintect-MS), Elaine Regina de Souza Oliveira, a retirada do benefício é um retrocesso, visto que foi validade em 1989. 

"As mudanças serão votadas no dia 12 de março, no Tribunal Superior do Trabalho (TST), e somos veementemente contra. A empresa quer descontar o percentual do plano sobre o ganho bruto dos trabalhadores e retirar a possibilidade de incluírem pai e mãe idosos no benefício", detalha.

Outra preocupação sinalizada pela dirigente sindical é o fechamento de algumas agências definido em reunião no final de fevereiro, mas que não ainda não foram divulgadas.

"Anteriormente, com apoio de parlamentares, conseguimos impedir o fechamento de unidades localizadas em dois distritos: Anhanduí e Casa Verde. No entanto, não sabemos quais localidades serão afetadas com a última decisão da empresa, e não temos dúvidas que prejudicará ainda mais a prestação de serviços", argumenta.

Elaine Regina informou ainda que os funcionários devem se reunir na segunda-feira (12), a partir das 7h, em frente ao prédio dos Correios, localizado na Avenida Ernesto Geisel, esquina com Rua Barão do Rio Branco. 

NOTA RETORNO

A Empresa de Correios e Telégrafos divulgou uma nota oficial sobre a paralisação dos trabalhadores, a qual segue na íntegra:

"A greve é um direito do trabalhador. No entanto, um movimento dessa natureza, neste momento, serve apenas para agravar ainda mais a situação delicada pela qual passam os Correios e afeta não apenas a empresa, mas também os próprios empregados.

Esclarecemos à sociedade que o plano de saúde, principal pauta da paralisação anunciada para a próxima segunda-feira (12) pelos trabalhadores, foi discutido exaustivamente com as representações dos trabalhadores, tanto no âmbito administrativo quanto em mediação pelo Tribunal Superior do Trabalho. 

Após diversas tentativas de acordo sem sucesso, a forma de custeio do plano de saúde dos Correios segue, agora, para julgamento pelo TST.

A empresa aguarda uma decisão conclusiva por parte daquele tribunal para tomar as medidas necessárias, mas ressalta que já não consegue sustentar as condições do plano, concedidas no auge do monopólio, quando os Correios tinham capacidade financeira para arcar com esses custos".


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