Ex-governador do Estado, Wilson Barbosa Martins é enterrado em Campo Grande

Ele morreu ontem, aos 100 anos, na residência onde morava


Por Correio do Estado

Familiares e amigos acompanharam o enterro - Foto: Bruno Henrique / Correio do Estado

O ex-governador de Mato Grosso do Sul, Wilson Barbosa Martins, foi enterrado no fim da manhã de hoje, no Cemitério Parque das Primaveras, em Campo Grande. O adeus ao ex-governador foi acompanhado por familiares e amigos.

Wilson Barbosa morreu na manhã de ontem, aos 100 anos, na residência onde morava. Velório foi realizado no Centro de Convenções Rubens Gil de Camillo, desde a tarde de ontem até a manhã de hoje. O corpo chegou ao cemitério por volta das 10h30 e o enterro ocorreu às 11h. 

Sobrinho de Wilson, Celso Martins, 59 anos, ressaltou a luta pela democracia como uma das características mais marcantes do tio.

“O legado dele não é só para o Estado, mas para todas as pessoas e amigos. Ele foi uma pessoa muito importante, que valorizava a democracia no aspecto social”, disse o sobrinho.

Presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, o deputado estadual Junior Mochi (MDB) também ressaltou a luta pela democracia do ex-governador. Segundo ele, a característica mais marcante é que ele era estadista.

“Quando ele falava, todo mundo entendia que era o melhor caminho. Ele conseguia se impor como autoridade e ouvir antes de tomar decisões. Era um homem coerente e muito determinado”, disse.

Antes do enterro, policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) fizeram honrarias militares, com salva de tiros. 

BIOGRAFIA 

Wilson Barbosa Martins nasceu no dia 21 de junho de 1917 na Fazenda São Pedro, região da Vacaria, que pertenceu a Campo Grande, e hoje faz parte do município de Rio Brilhante.

Formou-se em Direito na Faculdade do Largo de São Francisco, em São Paulo, e teve como colegas Ulysses Guimarães, José Fragelli, entre outras figuras ilustres.

Em 1946, exerceu o cargo de secretário-geral da Prefeitura de Campo Grande, na administração do prefeito Fernando Correa da Costa (que também foi governador de Mato Grosso).

Em 1958, foi eleito prefeito da cidade, substituindo Marcílio de Oliveira Lima. No período da sua administração, concurso promovido pelo Instituto Brasileiro de Administração Municipal (Ibam) e revista “O Cruzeiro”, elegeu Campo Grande como um dos cinco municípios de maior progresso no Brasil.

Filiado à UDN, foi eleito deputado federal pelo estado do Mato Grosso em 1963. Quando do advento do bipartidarismo no País, aderiu ao MDB, que ajudou a fundar. Reeleito em 1966, foi cassado pelo Ato Institucional número 5 em 7 de fevereiro de 1969, tendo seus direitos políticos suspensos por 10 anos.

Em 1982 retornou à cena política elegendo-se governador do Estado, o primeiro eleito pelo voto direto para governar Mato Grosso do Sul. 


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