Golpistas fazem 1 milhão de vítimas com promessa de emprego na internet

Crime considerado cibercrime utiliza nomes de empresas com credibilidade no mercado


Por Correio do Estado

Em 24 horas, mais de 300 mil pessoas foram enganadas pelo falso anúncio - Foto: Divulgação

Levantamento realizado em 2017, comprovou que mais de um milhão de brasileiros acessou o link de um suposto processo seletivo de emprego realizado pela rede supermercadista Atacadão e que na verdade tratava-se de uma ação de hackers, contaminando aparelhos smartphones e notebooks em todo país. 

A empresa responsável pelo monitoramento da ação considerada cibercrime (DFNDR Lab) informou ainda  que nas últimas 24 horas, mais de 300 mil  pessoas foram lesadas, visto que a ação solicita que o usuário compartilhe a mensagem. 

Disseminada via WhatsApp, a armadilha promete à vítima a participação em processos seletivos com salários de até 2.800 reais, além de benefícios, como assistência média, vale-refeição, vale-transporte e seguro de vida. 

COMO FUNCIONA

Conforme a mensagem apresentada, para participar bastaria acessar o link e responder a três perguntas (“Você é maior de idade?”, “Já trabalhou registrado?” e “Tem disponibilidade para fazer horas extras?”).Em seguida, o usuário é encaminhado a uma nova página que contém uma mensagem perguntando se ele gostaria de agendar uma entrevista para concorrer à vaga de emprego. Ao responder “Sim, claro”, ele na verdade está autorizando o hacker a enviar notificações de outros golpes por push (tecnologia que permite o envio de avisos a devices após autorização prévia).  

A partir disso, o cibercriminoso está apto a enviar novas ameaças no futuro por notificações de celular, sem precisar que a vítima receba a falsa promessa ou acesse o link para ser prejudicada. A página solicita, ainda, o compartilhamento da suposta oportunidade com todos os contatos e grupos do aplicativo de mensagens instantâneas para ampliar a disseminação da ameaça.

 “Identificamos cada vez mais iniciativas de hackers que se aproveitam da alta taxa de desemprego no país para chamar a atenção dos usuários de internet para falsas promessas de vagas. Na intenção de se recolocar no mercado de trabalho, muitas pessoas não checam a fonte da informação disseminada e se cadastram em anúncios falsos, o que pode causar prejuízos financeiros e expor seus dados pessoais a pessoas mal-intencionadas", explica Emílio Simoni, diretor do DFNDR Lab.

POSICIONAMENTO ATACADÃO

O Atacadão reforça que a informação sobre vagas de emprego circulando nas redes sociais é falsa. A empresa recomenda que os usuários ignorem a mensagem, que pode conter vírus, e reforça que somente divulga suas vagas por meio dos portais Vagas.com e Catho, além de receber currículos nas células de recrutamento das suas unidades pelo país.


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