Após audiência, juiz mantém prisão e Puccinelli e filho vão para presídio

André Puccinelli já dentro do Centro de Triagem



O ex-governador André Puccinelli, seu filho, o advogado André Puccinelli Júnior, e os advogados Jodascil Gonçalves Lopes e João Paulo Calves participaram da audiência de custódia realizada pelo juiz Ney Gustavo Paes de Andrade na 3ª Vara Federal de Campo Grande.

 

Jodascil Gonçalves Lopes e João Paulo Calves trabalhavam no Instituto de Ensino Jurídico Ícones do Direito, na qual Puccinelli Júnior era um dos sócios.

 

Na audiência, o juiz manteve a prisão preventiva dos quatro detidos na 5ª fase da Lama Asfáltica, chamada de Papiros de Lama.

 

Antes da audiência que durou quase duas horas, os quatro ainda ficaram em uma das celas do prédio da Justiça Federal por alguns minutos. Dali, Puccinelli e o filho foram levados ao Centro de Triagem e os advogados Jodascil Gonçalves Lopes e João Paulo Calves foram encaminhados ao presídio militar.

 

Diferente das detenções anteriores, na qual os presos desciam na calçada para entrarem no Centro de Triagem, foram abertos os portões da garagem do Centro. Puccinelli e o filho então desceram da van já dentro do estabelecimento penal.

No Centro de Triagem, Puccinelli e Júnior ficarão na cela 17 que tem capacidade para 24 presos. Foi lá que Edson Giroto, João Amorim, Flavio Henrique Garcia, e Wilson Roberto Mariano de Oliveira ficaram presos em decorrência da segunda fase da Operação Lama Asfáltica em maio do ano passado.

A ala especial, separada do presídio, é para presos com curso superior, policiais civis e militares. Para a visita, é necessário que familiares façam uma carteirinha para visitação, que fica pronta em 7 dias.

 

Operação

De acordo com a PF o grupo criminoso, com a participação dos Puccinelli, direcionou licitações, superfaturou obras públicas, fez compra fantasmas de produtos, financiou atividades privadas de estatais sem relação com atividade-fim do órgão, cobrou propina para conceder incentivos fiscais e corrompeu agentes públicos.

 

Após os desvios, o grupo agiu em diversos processos para tentar esconder a origem do dinheiro arrecadado de forma ilícita, o que configurou o crime de lavagem de dinheiro.

 

A empresa do filho do ex-governador é suspeita de vender livros jurídicos para uma concessionária de serviços públicos sem relação alguma com universo dos advogados. Essa seria uma das formas de lavar o dinheiro desviado.

 

Nesta etapa da operação, a PF informou que houve colaboração de alguns investigados. Com a delação, exames periciais e análise de diversos documentos apreendidos nas outras quatro fases da Lama Asfáltica, os policiais conseguiram comprovar desvios e superfaturamentos de obras públicas.

 

Ao todo estão sendo cumpridos dois mandados de prisão preventiva, dois de prisão temporária, seis de condução coercitiva, 24 de busca e apreensão, além do sequestro de valores nas contas bancárias de pessoas físicas e empresas investigadas, nas cidades de Campo Grande, Nioaque, Aquidauana e São Paulo.

 

Lavagem de dinheiro

Ainda na 4ª fase da Lama Asfáltica, a Máquinas de Lama, a investigação constatou a simulação de um contrato de esgoto entre Águas Guariroba e a Proteco, de João Amorim, no município de Dourados, onde a empresa não mantém a concessão.

 

A empreiteira teria comprado uma estação de saneamento por R$ 3,5 milhões e revendido, no dia seguinte, à Águas, por R$ 4,5 milhões, em um negócio que, de fato, não teria acontecido.

 

Já nesta fase, a força tarefa verificou a contratação de serviço de assessoria jurídica fictício da Águas, com pagamento de vultuosos valores para escritórios de advocacia ligados a André Puccinelli Junior.

 

“Quase R$ 5 milhões foram transferidos da Águas Guariroba para o grupo do ex-governador Andre Puccnelil de 2011 a 2017”, contou superintende regional da CGU, José Paulo Barbieri.

Fonte: Midiamax


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