Justiça Federal de Dourados nega pedido de liberdade provisória de fazendeiros


Por Dourados News

Três dos cinco fazendeiros presos por envolvimento no conflito que resultou na morte de indígena em Caarapó, em junho de 2016, tiveram o pedido de liberdade provisória negado pela Justiça Federal de Dourados no sábado passado (30).

Dionei Guedin, Eduardo Yoshio Tomonaga e Jesus Camacho alegaram que, no período em que permaneceram em liberdade, nada fizeram para prejudicar o andamento processual ou a colheita de provas, tampouco colocaram em risco a ordem pública, a instrução penal ou a aplicação da lei penal.

O juiz federal Moisés Anderson Costa Rodrigues da Silva, por sua vez, decidiu pela manutenção da prisão preventiva com base na gravidade dos fatos, no mesmo sentido de parecer emitido pelo MPF. “A prisão preventiva fundamenta-se na gravidade concreta da ação, dado o modus operandi adotado pelo grupo, que vitimou membros da comunidade indígena com armamento letal. Vale destacar que a comunidade indígena não só estava em menor número, como era composta, também, por mulheres e crianças, de forma que até mesmo a possibilidade de resistência é questionável, o que sobreleva a desproporção da ação”, sustentou o magistrado.

Relembre o caso

 No dia 12 de junho de 2016, índios da comunidade Tey Kuê, da etnia Guarani-Kaiowá, ocuparam a Fazenda Yvu, em Caarapó - que incide sobre a Terra Indígena Dourados Amambaipeguá.

No dia seguinte, agentes da Polícia Federal foram notificados da ocupação por fazendeiros que os levaram até o local. Os policiais não encontraram reféns e foram informados pelos indígenas de que o proprietário poderia, em 24h, retirar o gado e seus pertences do local.

Sem mandado de reintegração de posse, os PFs retornaram a Dourados.

No dia seguinte, ocorreu o conflito que terminou com a morte do indígena Claudiodo Adileu Rodrigues de Souza, 18.


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