Usina São Fernando é colocada à venda pela Justiça


Dourados News

Justiça exige que venda englobe todo o espaço e equipamentos -Foto: Divulgação

A 5 ª Vara Cível da Comarca de Dourados autorizou a venda da Usina São Fernando que foi solicitada por seu administrador judicial. A empresa de propriedade do pecuarista sul-mato-grossense José Carlos Bumlai, condenado na Operação Lava Jato, é avaliada em R$ 716,1 milhões.

Na quarta-feira (09), a administradora VCP (Vinicius Coutinho Consultoria e Perdícia) fez o pedido a Justiça para que fosse "imediatamente iniciada a fase da realização do ativo".

Como base, foram apontadas "sérias dificuldades para dar continuidade ao desenvolvimento das atividades da falida, especialmente devido à falta de confiabilidade dos parceiros em continuar negociando com a empresa, face a inadimplementos antecedentes a convolação da falência".

Outro ponto documentado é que "a massa falida enfrenta dificuldade para conseguir comprar cana-de-açúcar". Conforme a administradora, as geadas recentes na região afetaram a produtividade das lavouras.

A falência da Usina foi decretada em 08 de junho deste ano. A administradora solicitou a venda total dos bens sem qualquer separação tendo em vista a "otimização do patrimônio".

Na quinta-feira (10), o juiz Jonas Hass Silva Júnior deu como requerido e pediu providências para o pedido. A venda deverá incluir o parque industrial, a frota, as máquinas e as lavouras de cana.Os interessados deverão apresentar os lances em propostas fechadas no cartório da 5ª Vara Cível de Dourados, nos dias 18 e 19 de setembro.

Conforme consta no deferimento a qual o site Dourados News teve acesso, os envelopes serão abertos pelo juiz no dia 20 de setembro.

Posteriormente, as propostas serão submetidas à avaliação na assembleia de credores, marcada em primeira convocação para o dia 25 de setembro, às 14h.

O risco de encerramento das atividades é apontado no documento, com a afirmação de que pode este ser um dos "prejuízos decorrentes da eventual demora na alienação da empresa".

Este conforme a VPC, implicaria na desvalorização do ativo, por conta de deterioração de instalações e máquinas e possibilidade de eventuais ações trabalhistas.

"A medida ora requerida visa resguardar a integridade e preservar a valorização dos bens, bem como garantir a manutenção do funcionamento das falidas", destaca.

Outro ponto apontado pela administradora é o possível prejuízo aos trabalhadores e aos credores da massa falida.

A São Fernando sofre com grave crise financeira há anos e a dívida acumulada é de aproximadamente R$ 1,5 bilhão. O local sofreu ainda com tentativa de invasões por parte de grupos ligados a União Nacional Camponesa relembre aqui


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