Suspeito de estuprar e matar Kauan oferecia dinheiro para atrair crianças

Homem está preso preventivamente e nega envolvimento nos crimes


Correio do Estado

Delegado disse que há fortes indícios da participação do homem na morte de Kauana - Foto: Bruno Henrique / Correio do Estado

Homem de 38 anos, suspeito de estuprar e matar Kauan Andrade Soares dos Santos, de 9 anos, oferecia valores entre R$ 5 e R$ 20 para atraiar as vítimas até a sua casa, no bairro Coophavila II, onde cometia os abusos sexuais. Ele está preso preventivamente desde sexta-feira (21) e nega envolvimento nos crimes.

De acordo com o delegado Paulo Sérgio Lauretto, da Delegacia Especializada de Proteção a Criança e ao Adolescente (Depca), suspeito está preso preventivamente pelos crimes de estupro de vulnerável e exploração de menor de 18 anos, já que até o momento o corpo da criança não foi encontrado.

“Quando fizemos a representação pela prisão preventiva, até aquele momento não havia como estabelecer um vínculo entre o desaparecimento da criança com esta pessoa. Porém, eram fortes os indícios de que essa pessoa atraia crianças até a casa dele, onde obtinha favores sexuais em troca de dinheiro. Essa recompensa oscilava entre R$ 5 e R$ 20. Então, essa é uma prova que nós temos que é um crime por si só, pela própria natureza, pela própria reprovabilidade e pela própria garantia da ordem pública”, disse o delegado.

Caso seja comprovado, no fim do inquérito, a participação do homem no homicídio de Kauan, ele também responderá pelo crime. Corpo da vítima, que teria sido jogado no rio Anhanduí, ainda não foi localizado.

“A informação segura é que no dia do fato estava o adolescente com a vítima na Coophavila II e ali teriam sido pegos pelo suspeito no carro dele, e esse suspeito os levou até a casa dele e lá praticou toda a ação”, disse Lauretto.

Ainda segundo o delegado, o relato do adolescente tem guarida nos exames periciais feitos com materiais químicos reagentes na residência do suspeito, em que foi confirmado a presença de sangue sobre a cama e chão em volta da cama, conforme dito pelo menor. Adolescente está apreendido. 

POSSÍVEL ASFIXIA

Sobre as causas da morte de Kauan, Lauretto explica que não é possível determinar, porque é necessário o corpo para fazer exame necroscópico, mas que aparentemente menino morreu por asfixia ao reagir a estupro. Kauan está desaparecido desde o dia 25 de junho. 

O adolescente assumiu que há cerca de um mês levou um meninopara a casa do autor, à noite, na Coophavilla. No local, o homem teria iniciado o estupro, mas enfrentou resistência por parte da vítima que reagiu, se debatendo e chorando alto, até porque estava sangrando. Neste momento, o adolescente ajudou no delito segurando o garoto pelos braços, enquanto o homem tapava a boca dele com a mão.

A polícia acredita que ao tentar calar o menino, o homem acabou matando-o por asfixia. Percebendo que ele não reagia a estímulos, o autor e o adolescente colocaram o corpo em um saco e soltaram no rio nas imediações da Avenida Thyrson de Almeida e Avenida Campestre. 

A polícia e o Corpo de Bombeiros fizeram várias buscas pelo local, mas até o momento não encontraram o corpo, apenas um saco com o que parece ser cabelos humanos. Por isso, sem exame pericial, ainda não é possível afirmar que se trata de Kauan.

Adolescente teria sido, inclusive, abusado pelo homem em outras ocasiões e atualmente o auxiliava lhe apresentando vítimas recebendo de volta vantagens financeiras.


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