PF conclui perícia de áudios da JBS e acusa Temer de obstruir Justiça

Denúncia deve ser entregue nesta sexta ao STF


Midiamax

Os investigadores da Polícia Federal concluíram nesta sexta-feira (23) o laudo das análise das gravações feitas pelo empresário Joesley Batista, dono da JBS, das conversas que teve com o presidente Michel Temer (PMDB). As informações são da coluna de Andreza Matais e Marcelo Moraes, do Estadão.

Segundo os colunistas, os policiais federais devem apresentar, ainda nesta sexta, a conclusão do inquérito sobre as gravações para o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Edson Fachin, relator da Operação Lava-Jato no Supremo.

As gravações feitas pelo empresário Joesley Batista foram utilizadas como prova das alegações feitas em sua delação premiada. Na delação, ele acusa Temer de receber propina da JBS, e de dar aval para a compra do silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB).

Na conclusão do inquérito, os policiais irão dizer que há indícios de que Temer cometeu crime de obstrução de Justiça. Na semana passada, os delegados já haviam apontado indícios de crime de corrupção passiva envolvendo o presidente.

O crime de obstrução de Justiça teria ocorrido justamente no momento em que Temer teria dito a Joesley que "Tem que manter isso, viu?", quando este afirma que estava cuidando do ex-deputado Eduardo Cunha e do operador Luio Funaro.

A ocorrência ou não do crime, entretanto, depende da perícia dos policiais. A partir da entrega da conclusão do inquérito à PGR (Procuradoria-Geral da República), o órgão terá cinco dias para apresentar denúncia contra Michel Temer, ou arquivar o processo.

Mesmo que uma denúncia seja apresentado, Temer só enfrentará um processo no STF caso 2/3 da Câmara dos Deputados autorize a abertura das investigações. A denúncia ainda deverá ser analisada na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara.


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