Profissionais da educação reivindicam reajuste salarial em frente à Prefeitura


Dourados News

Profissionais da rede pública municipal de educação se reuniram em frente ao CAM nesta manhã e decidiram paralisar as atividades na próxima terça-feira (27) em todas as escolas de Dourados.

A categoria reivindica o reajuste salarial conforme a lei do piso nacional da educação e cobra mais transparência quanto às despesas da prefeitura com a educação e a contratação de profissionais sem concurso público na rede municipal.

Segundo o Simted (Sindicato Municipal dos Trabalhadores em Educação), as tentativas de negociação vêm ocorrendo desde o início do ano, sem sucesso. "Na terceira e última reunião, nesta terça-feira (20), eles continuaram dizendo que não têm recursos e que não há nem um prazo para os reajustes acontecerem", disse a presidente do sindicato, Gleice Jane Barbosa.

A prefeitura também alega que não pode aumentar as despesas pois precisa se adequar à Lei de Responsabilidade Fiscal, mas o setor jurídico da entidade diz que a informação não procede. "A lei não impede o aumento de gastos para cumprir uma determinação legal, como é a lei do piso da categoria aprovada neste ano e a reposição anual dos profissionais administrativos da educação, que tem previsão constitucional", diz Elizangela Tiago da Maia.

Falta de transparência

De acordo com levantamentos feitos pela diretoria do Simted, as contratações de profissionais na educação sem concurso público aumentaram neste, apesar de a prefeitura afirmar que vem realizando cortes de comissionados, segundo Elizangela.

"Pelo Portal da Transparência, vimos que existem cerca de 2.500 profissionais na rede municipal de educação, mas a prefeitura alega que são entre 3 mil e 4 mil. Onde estão lotadas essas pessoas? Eles não sabem nos dizer."

"Quando apresentamos os dados publicados no Diário Oficial, a prefeitura diz que houve erro de digitação e nos mostra tabelas em documentos do word e quer que esses documentos prevaleçam sobre as publicações oficiais. Qualquer um aqui sabe que é muito fácil manipular esse tipo de dados no word", criticou o Juliano Mazzini, vice-presidente do sindicato.

Profissão pouco valorizada

Professora da rede municipal há 17 anos, Conceição Marques Sanches lamenta que a categoria seja tão pouco valorizada. "Em todos esses anos, percebo que as coisas dão um passo para frente e outro para trás, na questão das condições de trabalho".

A escola municipal Elza Farias Kintschev Real, onde Conceição trabalha, não passa por uma reforma completa há 16 anos, segundo ela. "Precisamos de um conserto urgente na rede elétrica e hidráulica, nos banheiros, tudo". Nessa escola, dos 45 funcionários, cerca de 20 foram contratados sem concurso público.


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