Atlético Nacional faz homenagem e sela irmandade com a Chapecoense

Torcida lotou o estádio Atanasio Girardot no dia em que deveria ser disputada a final da Copa Sul-Americana


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Não houve final da Copa Sul-Americana, mas ainda assim as arquibancadas do estádio Atanasio Girardot, em Medellín, estavam lotadas. Mais do que isso, milhares de torcedores do Atlético Nacional, e de outros clubes da cidade colombiana, ficaram de fora da linda homenagem que a equipe fez para a Chapecoense, com que jogaria a final do torneio continental nesta quarta-feira. Os dois clubes se uniram na tragédia, e acabaram virando irmãos.

O branco era a cor predominante nas arquibancadas, que também traziam flores e velas. Faixas deixavam claro a mensagem que queria ser passada: “Uma nova família nasce” e “O futebol não tem fronteiras”. Ali, não havia brasileiros ou colombianos, eram todos um só, todos Chapecoense.

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A cerimônia começou perto do horário em que o jogo deveria ter início. Ela foi conduzida por dois jornalistas colombianos e contou com a presença de diversas autoridades do Brasil e da Colômbia, entre eles o prefeito de Medellín, Federico Gutiérrez, o prefeito de Chapecó, Luciano Buglion, dirigentes da Chapecoense e do Atlético Nacional, além de José Serra, ministro das Relações Exteriores, que agradeceu a bela homenagem. A jornalista Monica Jaramillo, chegou a se emocionar muito e pedir muitas palmas, para que elas chegassem até o céu.

“Obrigado, Colômbia. De coração, muito obrigado.Neste momento de muita dor para todos nós, as expressões de solidariedade que aqui encontramos, como a solidariedade que cada um de vocês, colombianos e torcedores, nos oferece um consolo imenso. Uma luz quando todos estamos entender o incompreensível. Os brasileiros jamais esquecerão a forma como os colombianos sentiram o terrível desastre que interrompeu o sonho desse heroico time da Chapecoense, uma espécie de conto de fadas, com final trágico. Assim como não esqueceremos a atitude do Atlético Nacional e de todos os torcedores que pediram que o título da Copa Sul-Americana fosse para a Chapecoense”, disse ele.



Também foram soltados 71 pombas brancas, em homenagem aos 71 mortos na queda do avião. O nome de cada uma das vítimas fatais foi citado, além dos seis sobreviventes. O fim da cerimônia foi marcado por uma chuva de flores, enquanto a arquibancada entoava cânticos como “Vamô, vamô, Chape!” e “Que se escute / Em todo o continente / Sempre recordaremos / A campeã Chapecoense” em meio a palmas e choros. Nesta noite, os dois times podem se considerar campeões, mas do título mais triste do mundo. 


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