Temer defende legalidade do impeachment na ONU

Presidente brasileiro discursou na abertura da 71ª Assembleia Geral


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Temer: Brasil acredita no poder do diálogo / Carlo Allegri/Reuters

Cumprindo tradição iniciada pelo diplomata brasileiro Osvaldo Aranha em 1947, o presidente Michel Temer (PMDB) abriu, nesta terça-feira (20), o pronunciamento dos chefes de Estado e de Governo que estão em Nova York para a 71ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). Ele defendeu a legalidade do processo de impeachment que o levou ao poder e reforçou que a democracia é sólida no Brasil.

Temer começou seu discurso, que durou 20 minutos, dizendo que o Brasil leva à ONU sua vocação de “abertura para o mundo” e disse que o país defende com afinco os princípios da organização. “Somos um país que se constrói pela força da diversidade. Acreditamos no poder do diálogo”, afirmou.

Na sequência, o presidente disse que “o mundo apresenta marcas de incerteza e de instabilidade” e que o “sistema internacional” apresenta um déficit de ordem. “A realidade andou mais depressa do que nossa capacidade coletiva de lidar com ela. De conflagrações regionais ao fundamentalismo violento, confrontamos ameaças que, velhas e novas, não conseguimos conter”, enumerou.

O peemedebista falou sobre a crise dos refugiados e alertou que há um retorno da xenofobia, endossada pelo avanço do nacionalismo exacerbado. “Em todos os continentes, diferentes manifestações de demagogia trazem sérios riscos.”

Diplomacia brasileira

Sob o olhar atendo do ministro das Relações Exteriores, José Serra (PSDB-SP), temer disse que a diplomacia brasileira é “sóbria, determinada e com os pés no chão”, mas com “sede de mudança. Segundo ele, o Brasil “persegue seus interesses sem abrir mão de seus princípios”.

“Queremos para o mundo, Senhor Presidente, o que queremos para o Brasil: paz, desenvolvimento sustentável e respeito aos direitos humanos. Esses são os valores e aspirações de nossa sociedade. Esses são os valores e aspirações que nos orientam no plano internacional”, disse.


Legalidade do impeachment


Sobre o processo de impeachment que tirou Dilma Rousseff (PT) do poder, Temer disse que não houve nenhuma ameaça à democracia  no Brasil.

"Tudo transcorreu dentro do mais absoluto respeito à ordem constitucional. Não há democracia sem Estado de direito – sem normas que se apliquem a todos", afirmou.

Procurando demonstrar otimismo, o presidente sinalizou que, a partir de agora, o desafio é retomar o crescimento econômico e a geração de empregos.

“Temos clareza sobre o caminho a seguir: responsabilidade fiscal e responsabilidade social. A confiança já começa a restabelecer-se”, garantiu.


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