Relatório pró-impeachment, Dilma lamenta a ingratidão de Anastasia

Ao tomar conhecimento do conteúdo do relatório do senador Antonio Anastasia, recomendando a aprovação da admissibilidade do processo de impeachment, a presidente Dilma Rousseff lamentou a "ingratidão" do tucano.


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Relatorio de tucano é favorável ao impeachment da Presidente Dilma, foi considerado

Nesta quarta-feira, 4, Antonio Anastasia (PSDB) apresentou seu parecer, que tem 126 páginas, à comissão especial do impeachment do Senado. "Em face do exposto, a denúncia apresenta os requisitos formais exigidos pela legislação de vigência, especialmente pela Constituição Federal, para o seu recebimento", diz o documento. A leitura durou cerca de 3 horas.Segundo interlocutores, a presidente fez um breve comentário sobre o tucano, julgando que ele teria sido "ingrato" pela relação republicana que sempre manteve com ele, quando Anastasia foi governador de Minas Gerais, entre 2010 e 2014. Em tom de desabafo, Dilma afirmou que Minas teve "muita ajuda do governo federal" no governo tucano.

Segundo o site UOL, o clima no Palácio do Planalto era de absoluta normalidade. Não havia expectativas com a leitura do relatório do processo de impeachment no Senado e nem em relação ao voto do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), pedindo a abertura do processo de afastamento da presidente. De acordo com interlocutores da presidente Dilma, não houve orientação para que o voto - que durou cerca de três horas - fosse acompanhado atentamente e pouco se comentou após a decisão do tucano. "Já era mais do que esperado. Era tão esperado que ninguém nem assistiu", disse um assessor palaciano.

A estratégia para os próximos passos, com a já esperada aprovação da admissibilidade do processo de impeachment no Senado, seguida do seu afastamento, deverá ser discutida na noite desta quarta-feira, no Palácio do Alvorada, em reunião entre a presidente Dilma, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os seus ministros mais próximos.

Na ocasião, eles querem analisar o relatório de Anastasia, e o que o advogado da União, José Eduardo Cardozo, deverá enfatizar na defesa de Dilma que deverá fazer novamente no Senado. Nas conversas desta noite, também estão na pauta a defesa do pedido de investigação ao Supremo Tribunal Federal, pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que pediu abertura de inquérito para investigar não só Dilma, mas também Lula e Cardozo. Eles são acusados de tentativa de obstrução das investigações da Lava Jato.

A Comissão Especial volta a se reunir nesta quinta-feira (5), às 10 horas, para ouvir a defesa de Dilma. Na sexta (6), o documento será votado no colegiado, às 10 horas. O passo seguinte é a votação no Plenário, prevista para 11 de maio. Se o parecer for aprovado por maioria simples, Dilma Rousseff é afastada por 180 dias do cargo até que o mérito seja julgado.

Fonte: UOL


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