Dança das Cadeiras é Ingênua, Política de Laguna é a Fogueira das Vaidades


Da redação
Foto: Ilustraçao

A política é uma fogueira de vaidades, de uma hora para outra, as forças, politicamente opostas, podem estar do mesmo lado.

Opinião 

Opa! As forças políticas de Laguna Carapã já estão praticamente posicionadas e os Rounds vão começar. O quadro de atletas até a semana passada estava muito mais confuso, janela eleitoral, “pau torando” nos bastidores dos ninhos, principalmente Tucano e DEM, “Deem isto ou Deem aquilo”, mas nestes últimos dias, o embate mostrou mais a sua cara.

Do lado esquerdo, digamos, por força de expressão, Cordeiro, com alianças bastante astutas, depois dele próprio assumir, há poucos minutos do primeiro gongo, seu verdadeiro posicionamento, finalmente, montou a bancada tucana, quatro vereadores, arrastando Alencar para a equipe, portanto, com Pesarico, que já era de casa e Matos, que esperava mesmo que alguém o carregasse “espontaneamente”, por ali se aguarda apenas o Poderoso Chefão, o nome que vai para o embate. Aos partidários, deste lado, um pouco de paz Brandão e Espíndola se conversaram, longamente, imagino que tenha sido uma DR de reconciliação, daquelas em que se joga tudo na cara, se esperneia, se chora, se diz que vai embora, mas que, ao final das contas, se decide que ainda vale a pena.

Do lado direito, também por mera força de expressão, os pugilistas, ainda estão estudando ambientes e estratégias, o cenário está pegando fogo, as conversas acontecem nos vestiários e podem ocorrer “mortes” por ali. As composições são dissonantes e o jogo de interesses muito mais aguerrido. Durante a semana, em torno de oito partidos se reuniram e, pasmem, inclusive o PMDB para estudar, continue respirando, a terceira via, reforçando, com o PMDB presente no encontro.

Claro que você é inteligente e já percebeu o descabimento, mas, foi assim. A pergunta que não quer calar é o que o PMDB fazia lá. Neste grupo, aconteceram as mudanças de legendas que mais, explicitamente, articularam para lançar candidaturas próprias Portela, Flores e Melo, para citar os mais expressivos. Mas gravitando nesta mesma órbita, senão para candidatura própria, mas para pressionar por cargos e vice, está o PSB, que havia puxado a supersecretária para lá, na semana passada. O PT, também presente, foi o que mais se enfraqueceu da base do governo, como era de se esperar, Santos, oportunamente, foi para o PEN, deixando alguns idealistas em frangalhos soltos por aí, não sobrou um para compor politicamente qualquer possibilidade de força, é natural que fosse para o bolo, nem a vereança, hoje, é uma meta possível.

Na verdade, nem o PT deveria estar lá, já que vai morrer abraçado com quem já está. Mas voltando ao caso do PMDB, de duas uma, ou, inteligentemente, colocou-se infiltrado ali para ter uma visão melhor e medir a força das composições, identificando ameaças reais, ou, está se preparando para pôr todo mundo no bolso e sair cantarolando. Porque se não foi isso, demonstrou fraqueza. Como que alguém que, sabidamente, vai ser vítima de algumas dissenções  em sua base, se coloca nesta posição. Qualquer um, que estivesse enxergando os acertos que estão se formando ao redor, já teria chamado os líderes destes partidos e já os teria encostado na parede, caso contrário é como um marido que se descobre  protelado e participa de uma convenção de amantes, não faz sentido.

O que se esperava é que já se tivesse tido uma reunião em território próprio, desmascarar logo, definir quem fica e quem cai fora de imediato e sair esmagando o adversário que está ganhando tempo para articular com os descontentes e filhos de Judas que se procriam e aguardam para dar o beijo fatal. O que se conclui com este penúltimo ato, vai haver outra reunião, é que agora não tem mais jeito, as trocas de partidos estão concluídas e é apenas uma saída digna para que alguns que alardearam candidaturas possam mostrar alguma força e negociar nomes, uma Flores, por exemplo, pode vir aí, como candidata a vice, para lavar a honra deste povo. E os demais partidos vão se pulverizar entre os dois lados. Fora isto, talvez, o PMDB esteja superconfiante, o que é muito ruim, nas parcerias externas ou super apoio financeiro, pois são as únicas coisas que poderiam justificar esta passividade momentânea.

Desde já, caro leitor, conforme-se, a possibilidade de uma terceira via, está quase remota, sequer foi para o “Stadium”, está na UTI, respirando por aparelhos, só um milagre pode torná-la viável, mas depende de muito boa vontade de seus enfermeiros políticos, é provável até que, algum deles, venha a desligar, sorrateiramente, os aparelhos.

O que tivemos por aqui não foi uma ingênua dança das cadeiras, brincadeira de criança que encanta pela imprevisibilidade, estamos diante de uma cena de A Fogueira das Vaidades, no melhor estilo Tom Wolfe, onde o jogo de interesses se dão a partir do subúrbio da política e vão eclodir nos ringues da disputa eleitoral, ou seja, no palanque que ao final de tudo pode colocar pugilistas mocinhos ou não, do mesmo lado.


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