Inflação desacelera para 0,9% em fevereiro


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A inflação oficial no Brasil perdeu força e fechou fevereiro em 0,9%, uma desaceleração em relação a janeiro, quando havia ficado em 1,27%. Os gastos com educação e alimentos puxaram a alta de preços.
É a menor inflação mensal em quatro meses, desde outubro do ano passado. Em fevereiro de 2015, a inflação foi de 1,22%.
 
 
No acumulado de 12 meses, a alta dos preços desacelerou pela primeira vez desde setembro de 2015, ficando em 10,36%. 
 
 
Os dados do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) foram divulgados nesta quarta-feira (9) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
 
 
A inflação fechou 2015 em 10,67%, muito acima do limite máximo da meta do governo. O objetivo é manter a alta dos preços em 4,5% ao ano, mas com tolerância de dois pontos percentuais para mais ou para menos, ou seja, podendo oscilar de 2,5% a 6,5%.
 
Expectativa de queda dos preços
 
A desaceleração da inflação em fevereiro alimenta expectativas de que os preços estejam começando a ceder depois de a economia brasileira ter registrado o pior desempenho em 25 anos no ano passado.
Os resultados da inflação ficaram abaixo do previsto por analistas consultados pela agência de notícias Reuters, de 1% no mês e 10,47% em 12 meses. 
 
 
Economistas ouvidos em pesquisa do Banco Central esperam que a alta dos preços feche 2016 em 7,59%.
 
 
Aumento da mensalidade escolar
 
Os gastos com educação foram os que mais puxaram a inflação de fevereiro, principalmente devido aos aumentos nos preços das mensalidades escolares, no início do ano letivo. 
 
 
Os custos com cursos regulares (mensalidade escolar) subiram 7,43% no mês, e os de outros cursos (inglês, informática etc.) avançaram 5,53%. A alta do setor de educação, como um todo, foi de 5,9%.
Alimentos sobem menos
 
 
Os preços dos alimentos subiram menos em fevereiro (1,06%), comparando com o mês anterior (2,28%), o que contribuiu para a desaceleração da inflação.
 
 
A cenoura foi o produto que mais encareceu (+23,79%). Os preços do feijão-mulatinho (9,76%) e do açúcar (+4,42%) também subiram. 
 
Por outro lado, o tomate ficou 12,63% mais barato, e a batata-inglesa, 5,7%.
 
 
Inflação e juros
 
A inflação alta tem sido uma das principais dores de cabeça para o Banco Central nos últimos anos. A taxa de juros é um dos instrumentos mais básicos para controle da alta de preços.
 
 
Quando os juros sobem, as pessoas tendem a gastar menos e isso faz o preço das mercadorias cair (obedecendo à lei da oferta e procura), o que, em tese, controlaria a inflação.
 
Na última reunião, o BC manteve a taxa básica de juros, a Selic, em 14,25%. Essa taxa de juros é a mais alta desde agosto de 2006, quando ela também estava em 14,25%. 

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