'Não' ganha referendo na Grécia e rejeita proposta de credores


R7

 O “não” à austeridade fiscal ganhou o referendo realizado na Grécia neste domingo (5). Com mais de 85% das urnas apuradas, a negativa da população rejeita a proposta dos credores. De acordo com o último balanço divulgado pelas autoridades, o "não" vence a consulta popular com 61,53% dos votos contra 38,47% do "sim"

 

O resultado é a rejeição popular a adoção de mais medidas de austeridade como forma de obter mais ajuda econômica de credores como a União Européia e o FMI (Fundo Monetário Internacional).

 

As urnas fecharam às 13h (de Brasília) e a contagem ainda está em andamento, mas apesar de todas das pesquisas de opinião terem mostrado uma disputa mais apertada, o "não" se manteve na casa dos 60%, indicando que a maioria dos gregos optou por desafiar a pressão da comunidade internacional.

 

O ex-primeiro-ministro e líder da Nova Democracia, Antonis Samaris, renunciou a presidência do principal partido de oposição na Grécia após a derrota do "sim" no referendo realizado hoje.

 

— Hoje renuncio a liderança da Nova Democracia e pedi que Evangelos Meimarakis assuma provisoriamente a presidência.

 

O ministro das Finanças da Grécia, Yanis Varoufakis, afirmou que com a vitória do "não" no referendo, o governo do país poderá "estender uma mão de cooperação" aos credores e tentar com eles chegar a um "lugar comum".

 

— A partir de amanhã vamos colaborar com o BC (Banco Central Europeu), que manteve uma posição neutra na semana passada e teremos uma atitude positiva em relação à Comissão Europeia."O 'não' de hoje é um não à austeridade. É um retorno aos valores da Europa. O 'não' é um grande 'sim' à Europa democrática".

 

Apesar do tom conciliador, Varoufakis reiterou suas críticas aos credores ao ressaltar que, durante cinco meses, eles rejeitaram todo o debate sobre a austeridade e a dívida.

 

— Em 25 de janeiro (dia das eleições gerais) o povo disse 'basta' a cinco anos de hipocrisia, de novos empréstimos para encobrir a quebra do governo. Durante cinco meses tentamos negociar para explicar isso: não queremos mais empréstimos e sim a reestruturação de nossas dívidas.

 

Varoufakis foi mais longe ao afirmar que desde o primeiro momento os credores tentaram "fechar os bancos" e "nos obrigar a pedir perdão por nossa crítica aos programas fracassados".

 


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